Do PORTAL UNIBUS
Foto: Rafael Fontenele
A Organização Guimarães Ltda, controladora da Empresa Vitória, concessionária responsável pelo transporte coletivo em Caucaia (CE), anunciou a possível suspensão do programa “Bora de Graça”, que oferece passagens de ônibus gratuitas dentro do município. A decisão, prevista para entrar em vigor em 17 de dezembro, foi motivada por atrasos nos repasses financeiros por parte da Prefeitura, acumulando uma dívida superior a R$ 14 milhões. A informação foi publicada pela coluna do jornalista Inácio Aguiar, no site do jornal cearense Diário do Nordeste.
A concessionária protocolou um requerimento junto à 2ª Promotoria de Justiça de Caucaia, denunciando a inadimplência e solicitando a abertura de um inquérito civil para investigar possíveis irregularidades administrativas e improbidade da gestão municipal. Também foi requisitada a revisão tarifária para recompor o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, além de medidas para garantir os pagamentos pendentes.
Impactos na operação
Em documento encaminhado ao Ministério Público do Ceará (MPCE), a empresa destacou que a falta de recursos compromete seriamente a operação do sistema de transporte. Entre os problemas apontados estão o atraso no pagamento de salários, a manutenção da frota e a compra de combustíveis.
Conforme cláusulas contratuais, a concessionária está autorizada a retomar a cobrança de tarifas em casos de inadimplência por parte do poder público. A empresa ressaltou ainda a necessidade de intervenção do MPCE para evitar colapso no sistema de transporte coletivo e garantir o equilíbrio financeiro do contrato.
Contexto político e financeiro
O caso ocorre em meio às denúncias da equipe de transição do prefeito eleito, Naumi Amorim, sobre um cenário de crise financeira no município. Segundo as informações divulgadas pelo jornalista Inácio Aguiar, a atual gestão estaria deixando uma dívida superior a R$ 200 milhões. A equipe do prefeito eleito também acionou o Ministério Público para acompanhar o processo de transição e investigar a situação das contas públicas.
O programa “Bora de Graça” foi instituído como uma política de tarifa zero, com os custos das passagens assumidos pela Prefeitura. No entanto, o atraso nos pagamentos coloca em xeque a continuidade do benefício, com impactos diretos para a população que depende do transporte público na cidade.
O caso segue sendo avaliado pelo MPCE, que deverá determinar as próximas ações para solucionar o impasse.