Financiamento de veículos via montadoras registra alta de 32% em 2024

Do PORTAL UNIBUS
Foto: Antonio Cruz (Agência Brasil / Ilustração / Fotos Públicas)

O volume de financiamento de veículos realizado por meio dos bancos das montadoras registrou um crescimento expressivo em 2024. De acordo com dados da Associação Nacional das Empresas Financeiras (Anef), os recursos destinados a financiamentos de automóveis pelas fabricantes alcançaram R$ 200,09 bilhões entre janeiro e setembro.

Em comparação com o mesmo período de 2023, quando o valor foi de R$ 151,3 bilhões, o aumento foi de 32,2%. O saldo total das carteiras de crédito também apresentou alta de 17,1%, somando R$ 470,6 bilhões nos primeiros nove meses de 2024, frente aos R$ 402 bilhões do ano anterior.

CDC impulsiona financiamentos
O Crédito Direto ao Consumidor (CDC) foi o principal responsável por essa alta no financiamento de veículos pelas montadoras, representando quase a totalidade dos recursos liberados, com R$ 199 bilhões. Já o leasing teve participação menor, correspondendo a R$ 1 bilhão.

A participação de veículos financiados subiu de 40% para 49% no comparativo entre os períodos de janeiro a setembro de 2023 e 2024. Esse é o maior percentual desde 2020, quando 52% dos veículos foram adquiridos via financiamento das montadoras.

No segmento de caminhões e ônibus, as vendas por meio do programa Finame aumentaram de 31% para 35%, enquanto o financiamento via CDC registrou queda de 41% para 38%.

Inadimplência e cenário de juros
A inadimplência no financiamento de veículos pelo CDC para pessoa física, acima de 90 dias, caiu para 4,5% em setembro de 2024, uma redução de 0,8 ponto percentual em relação a setembro de 2023. Já para pessoa jurídica, a inadimplência subiu para 2,4%, um aumento de 0,5 ponto percentual.

A taxa média de juros no setor em setembro de 2024 foi de 1,54% ao mês, abaixo dos 1,70% registrados no mesmo mês de 2023. A taxa anual está em 20,45%. No entanto, há preocupações no setor quanto a um possível aumento da Selic para 11,75% até o final do ano.

“Juros altos afetam diretamente o crédito, e o mercado automotivo depende dele. Ainda assim, é fundamental controlar a inflação. O setor precisará se adaptar, buscando alternativas para oferecer opções de financiamento mais acessíveis aos consumidores”, afirmou Paulo Noman, presidente da Anef.

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