Do PORTAL UNIBUS
Foto: Divulgação (Marcopolo / Secco Comunicação)
Apenas 2,1 mil dos 18,3 mil ônibus emplacados entre janeiro e outubro de 2024 são oriundos do programa Caminho da Escola, do governo federal. No entanto, com cerca de 7 mil pedidos em andamento, a expectativa é que as vendas aumentem até o final do ano, conforme destacou Eduardo Freitas, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
“Parte desse volume deve ser registrada nos últimos dois meses do ano, melhorando o acumulado de vendas. O início de 2025 também deve sentir os efeitos positivos dos pedidos já recebidos”, afirmou Freitas.
O acumulado até outubro apresentou um crescimento de 5,6% em comparação ao mesmo período de 2023, superando também os resultados de 2022 e 2021. Esse aumento reflete uma tendência de renovação da frota no Brasil, considerado um sinal positivo após anos de baixa demanda, influenciada pela pandemia.
Em outubro, as vendas de ônibus somaram 2,6 mil unidades, um aumento expressivo de 62,8% em relação ao mesmo mês do ano passado, além de uma alta de 28,5% na comparação com setembro de 2024.
A produção de ônibus entre janeiro e outubro alcançou 23,6 mil unidades, um crescimento de 35,3% em comparação ao mesmo período de 2023. Apesar disso, o volume ainda está abaixo das 27 mil unidades produzidas em 2022. Segundo Freitas, esses números indicam que há espaço para o segmento continuar crescendo, dependendo do cenário de mercado e da oferta de crédito para financiamentos.
Em outubro, foram fabricados 2,4 mil chassis de ônibus, um aumento de 15,1% em relação ao mesmo mês de 2023 e 10,9% em comparação a setembro. As exportações também registraram crescimento, com 540 unidades embarcadas, o que representa um aumento de 32% em relação a outubro de 2023 e de 47,9% em relação a setembro. No entanto, no acumulado do ano, as exportações ainda apresentam uma queda de 8,4%, com 3,8 mil veículos exportados.
Caminhões têm melhor mês de vendas de 2024
O setor de caminhões também registrou um desempenho positivo em outubro, com 12,2 mil unidades vendidas, o melhor resultado mensal do ano e o maior volume para o mês desde 2014. Em comparação a outubro de 2023, houve um crescimento de 29,3%, e em relação a setembro de 2024, a alta foi de 6,7%.
De acordo com Eduardo Freitas, o crescimento do PIB está impulsionando a demanda por caminhões, especialmente os modelos semipesados e pesados. “Esses segmentos estão crescendo acima da média e puxando o mercado, mas os demais também estão em alta. Além disso, parte da demanda que não veio em 2023, por conta da chegada do Proconve P8, está se concretizando agora em 2024”, explicou Freitas.
No acumulado do ano, as vendas de caminhões ultrapassaram as 100 mil unidades, com 103,3 mil emplacamentos, um aumento de 16,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
A produção de caminhões, entre janeiro e outubro, atingiu 117,4 mil unidades, um crescimento de 42,8% em comparação a 2023. No entanto, o volume ainda está abaixo das 132 mil unidades produzidas no mesmo período de 2022 e 2021. Segundo Freitas, esses dados indicam que ainda há potencial para aumentar a produção, dependendo das condições de mercado e de crédito.
Em outubro, foram fabricados 14,8 mil caminhões, uma alta de 41,2% em relação ao mesmo mês de 2023 e um aumento de 12% em comparação a setembro. Freitas destacou que a Fenatran, principal feira do setor, registrou um bom volume de negócios, mas os efeitos desse desempenho serão sentidos apenas em 2025, já que a programação de produção para 2024 está praticamente fechada.
As exportações de caminhões também registraram crescimento, com 2,1 mil unidades embarcadas em outubro, um aumento de 16,8% em relação ao mesmo mês de 2023 e de 25,7% em comparação a setembro. No entanto, o acumulado do ano ainda apresenta uma queda de 3,1%, com 13,9 mil unidades exportadas.