Criminosos sequestram ônibus para criar barricadas em operações policiais; 136 veículos já foram alvo de bandidos em um ano
Nesta quinta-feira, 17 de outubro de 2024, o Rio de Janeiro enfrentou mais uma série de sequestros de ônibus nas zonas Norte e Oeste da cidade. O episódio mais recente envolve quatro veículos que foram tomados por criminosos e usados como barricadas em áreas como Costa Barros e Muzema, durante operações policiais. Os bandidos visam impedir o avanço das forças de segurança, intensificando um problema que já soma 136 casos em apenas 12 meses.
A prática de sequestros de ônibus se tornou comum em regiões dominadas pelo tráfico de drogas, onde os criminosos utilizam os veículos para fechar vias e dificultar ações policiais. As barricadas causam transtornos não apenas para a circulação de pessoas e mercadorias, mas também geram insegurança generalizada, afetando diretamente a mobilidade urbana e a vida cotidiana da população.
Segundo a Rio Ônibus, entidade que representa as empresas de transporte público da capital fluminense, o número de ataques a ônibus disparou nos últimos meses, refletindo a escalada da violência na cidade. Em 2023, a média de sequestros era de cerca de um por mês, mas os registros cresceram consideravelmente desde então, afetando a operação de linhas em diversos bairros.
Os passageiros que dependem do transporte público estão cada vez mais vulneráveis a esses incidentes, que, além de representar um risco à integridade física, também geram atrasos e interrupções nas rotas. A Federação de Transportes do Rio de Janeiro (Fetranspor) tem exigido medidas mais eficazes de segurança pública, destacando a necessidade de uma resposta mais incisiva do Estado para coibir esse tipo de crime.
Durante os sequestros desta quinta-feira, equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e da Polícia Militar foram acionadas para recuperar os veículos e liberar as vias. Apesar da rápida ação, os incidentes reiteram a dificuldade das autoridades em conter o avanço das facções criminosas que controlam certas áreas da cidade.
A zona Oeste, especialmente, tem sido uma das mais afetadas pela violência, com constantes confrontos entre facções rivais e a polícia. As barricadas montadas com ônibus são uma tática frequentemente utilizada em favelas como Vila Aliança, Bangu e Santa Cruz, prejudicando moradores, comerciantes e trabalhadores que circulam pela região.
O crescente número de sequestros de ônibus é parte de uma crise mais ampla de segurança pública no Rio de Janeiro, onde as ações policiais em comunidades têm se intensificado, levando os criminosos a adotar medidas mais ousadas para resistir às operações. Ao mesmo tempo, a população vê sua rotina afetada pela violência, que interrompe o transporte, o comércio e o acesso a serviços essenciais.
As autoridades locais prometeram reforçar o policiamento em áreas de risco e implementar novas estratégias para combater os sequestros de ônibus.
Fotos: Reprodução via G1 RJ