Problemas com aplicativos de ônibus frustram passageiros e levantam questões sobre qualidade dos serviços

Do PORTAL UNIBUS
Foto: Rovena Rosa (Agência Brasil)

Passageiros que utilizam aplicativos de ônibus enfrentam dificuldades frequentes devido à falta de precisão e falhas técnicas, transformando uma ferramenta que deveria facilitar o planejamento em uma fonte de estresse e atrasos. Desde horários incorretos até a ausência de informações sobre mudanças de rotas, esses problemas têm impactado a rotina de usuários, levantando a necessidade de melhorias nos serviços oferecidos pelas empresas de transporte.

Ouvida pelo jornal Correio Braziliense, a advogada especialista em direito do consumidor Ana Cecília Chaves diz os usuários dos aplicativos são considerados consumidores e, por isso, têm direito a informações claras e precisas sobre os serviços oferecidos. “Os consumidores devem ser informados sobre horários, rotas, tarifas e eventuais problemas, conforme o Inciso III do Art. 6º do Código de Defesa do Consumidor (CDC). A falta dessas informações pode configurar descumprimento por parte das empresas e gerar responsabilidade civil”, explicou.

Alguns passageiros, como João Gabriel Serafim, 19, relatam frustrações recorrentes com os aplicativos. Morador do Jardim Botânico e estudante na Asa Norte, em Brasília, ele frequentemente confia na plataforma para planejar seus deslocamentos. Porém, em várias ocasiões, a linha que deveria passar às 11h20 em frente à sua faculdade não aparece, obrigando-o a buscar rotas alternativas, o que o levou a perder compromissos. “Não é um problema que só afeta a mim, já vi pelo menos outros 15 passageiros estressados com a mesma situação”, relata.

Verônica Victória, 20, também foi prejudicada quando um aplicativo informou uma rota equivocada para seu novo emprego. O ônibus seguiu um caminho diferente do indicado, forçando-a a pedir ajuda na rua e caminhar mais de 10 minutos até chegar ao destino.

Fiscalização e direitos dos passageiros
Ana Cecília Chaves destaca que órgãos reguladores, como a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), têm um papel crucial na fiscalização dos aplicativos de ônibus. Esses órgãos são responsáveis por garantir que as empresas cumpram padrões de qualidade e segurança estabelecidos por normas técnicas. Caso detectem irregularidades, podem exigir medidas corretivas ou aplicar penalidades, como multas e suspensão de licenças.

Watson Silva, outro especialista em direito do consumidor, lembra que os passageiros têm direitos que devem ser garantidos para assegurar uma experiência de viagem segura e confortável. Entre esses direitos estão o acesso a veículos em bom estado, o cumprimento de horários e a disponibilidade de informações transparentes sobre rotas e preços.

“A segurança do passageiro deve ser uma prioridade, tanto no aspecto físico quanto no cumprimento de horários e manutenção dos veículos”, afirma Silva. Ele também destaca a importância do respeito no transporte público, tanto por parte dos funcionários quanto dos demais passageiros, além da necessidade de um atendimento eficiente para resolver reclamações quando os direitos forem violados.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Pular para o conteúdo