Do PORTAL UNIBUS
Foto: Rovena Rosa (Agência Brasil)
Motoristas de ônibus em São Paulo anunciaram uma greve a partir da meia-noite da próxima quarta-feira, 3 de julho. A paralisação, liderada pelo SindMotoristas, inclui motoristas, cobradores e funcionários de manutenção e fiscalização.
O SindMotoristas está em campanha salarial há mais de um mês e afirma que o SPUrbanuss, sindicato que representa as empresas, ainda não apresentou propostas satisfatórias. A desmobilização da greve dependerá da aprovação de uma nova proposta em assembleia pelos trabalhadores.
Antes da greve, duas reuniões estão agendadas para hoje, 02, que podem influenciar o curso da paralisação.
A primeira reunião, marcada para as 10h, será uma sessão técnica mediada pelo Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP). Este encontro, solicitado pela SPTrans, envolverá representantes da Câmara Municipal, do Tribunal Regional do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho. O objetivo é analisar os contratos de concessão do transporte coletivo em relação às demandas dos trabalhadores.
Às 11h, uma audiência de conciliação entre o SindMotoristas e o SPUrbanuss, convocada pela Justiça do Trabalho, ocorrerá a pedido dos trabalhadores. Segundo o desembargador Davi Furtado Meirelles, do Tribunal Regional do Trabalho, não houve avanços nas negociações coletivas, e nenhuma proposta concreta foi apresentada pelo sindicato patronal.
Respostas das entidades envolvidas
O SPUrbanuss, que representa as empresas de transporte, expressou incredulidade com a decisão do SindMotoristas de fazer greve na quarta-feira, especialmente porque há uma audiência marcada para terça-feira. Em nota, o sindicato patronal acusou o SindMotoristas de desrespeitar a Justiça e de pressionar o Tribunal Regional do Trabalho.
A Prefeitura de São Paulo e a SPTrans solicitaram na Justiça do Trabalho uma tutela liminar para garantir a operação de 100% da frota de ônibus nos horários de pico e 80% nos demais horários. A administração municipal reforçou a necessidade de atendimento aos 7 milhões de passageiros e tomou medidas judiciais em favor da população.
Em relação às reivindicações dos trabalhadores, a Prefeitura esclareceu que está acompanhando as negociações e espera que ambas as partes encontrem um ponto de acordo na campanha salarial sem prejudicar os passageiros.