Do PORTAL UNIBUS
Foto: Gabriel Jabur (Agência Brasília)
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em parceria com o Ministério das Cidades, iniciou um ambicioso Estudo Nacional de Mobilidade Urbana. O objetivo é expandir investimentos em infraestrutura de mobilidade, melhorar a qualidade do serviço e atrair mais passageiros para o transporte público em 21 metrópoles brasileiras com população superior a 1 milhão de habitantes.
O BNDES alocará R$ 27,8 milhões para a realização do estudo, financiado pelo Fundo de Estruturação de Projetos (BNDES FEP). A consultoria Bain & Company, juntamente com um consórcio formado pelas empresas de engenharia Logit, Oficina, TYLin e o escritório de advocacia Machado Meyer, conduzirá o trabalho.
Com uma perspectiva de até 30 anos, o estudo identificará projetos de média e alta capacidade em todas as regiões do Brasil, abordando a otimização e integração das redes de transporte, alternativas de financiamento e gestão coordenada entre os entes federativos. A pesquisa, que terá duração de 12 meses, ajudará a elaborar a Estratégia Nacional de Mobilidade Urbana, promovendo a parceria da União com as regiões metropolitanas para viabilizar projetos e impulsionar investimentos em mobilidade urbana nas cidades. O resultado também contribuirá para formar a carteira de projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs) dentro do Novo PAC.
“O estudo será essencial para mapear os projetos de alta e média capacidade (trens, metrôs, VLTs e BRTs) nas maiores regiões metropolitanas do país, contribuindo para a redução do déficit histórico de investimentos no setor”, afirmou Felipe Borim, superintendente da Área de Infraestrutura do BNDES, durante a reunião que marcou o início dos estudos em Brasília, em maio, com a participação de representantes do Ministério das Cidades e das empresas de consultoria.
Marcos Daniel Souza dos Santos, Diretor de Regulação da Mobilidade e Trânsito Urbano da SEMOB, destacou a importância da parceria: “Este estudo em parceria com o BNDES é uma grande oportunidade para o Governo Federal apoiar as regiões metropolitanas na construção de soluções integradas para o transporte público coletivo no curto, médio e longo prazo. Temos neste estudo a retomada do papel da União na coordenação das ações estratégicas do setor de mobilidade urbana, com a promoção do diálogo interfederativo, da cultura dos dados abertos e das boas práticas de planejamento governamental.”
O estudo é apoiado por uma rede de conhecimento e colaboração formada por dezenas de instituições do setor e representantes dos governos federal, estaduais e municipais, incluindo IPEA, IBGE, ANTP, ANP Trilhos, ITDP Brasil, WRI Brasil, CONSETRAM, Fórum de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana, Frente Nacional dos Prefeitos e Confederação Nacional dos Municípios.
Necessidade de investimentos
Segundo um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado em 2023, o déficit de investimentos no setor de mobilidade urbana atinge pelo menos R$ 300 bilhões. Com o volume anual de financiamento mantendo a média dos últimos anos, levaria mais de 50 anos para que a oferta de mobilidade fosse adequada.
A adoção de meios de transporte coletivo traz benefícios diretos e indiretos, como a redução do trânsito, menos emissões de gases poluentes, menos acidentes e aumento da produtividade com maior acesso a serviços e oportunidades, especialmente para as populações mais vulneráveis, melhorando a qualidade de vida e reduzindo desigualdades socioeconômicas.
Regiões metropolitanas contempladas
O estudo abrange as seguintes cidades-sede: Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Santos, Campinas, São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Goiânia, Distrito Federal, Salvador, Maceió, Recife, João Pessoa, Natal, Teresina, São Luís, Fortaleza, Belém e Manaus.