Justiça de São Paulo concede liberdade a dirigentes de empresa de ônibus suspeitos de ligação com facção criminosa

Do PORTAL UNIBUS
Foto: Rovena Rosa (Agência Brasil)

A Justiça de São Paulo concedeu liberdade a dois dirigentes da empresa de ônibus Transwolff, que presta serviços à Prefeitura de São Paulo e está sob investigação por suposta ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). De acordo com a TV Globo, a informação foi confirmada pelo promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) já anunciou que irá recorrer da decisão.

Luiz Carlos Efigênio Pacheco, conhecido como “Pandora”, e Robson Flares Lopes Pontes, dirigentes da Transwolff, responderão em liberdade às acusações de lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e apropriação indébita. Ambos foram presos em abril durante a operação “Fim da Linha”, conduzida pelo MP-SP. Além deles, outros oito dirigentes da empresa foram formalmente acusados.

A defesa de Pandora informou anteriormente que ele não pertence a nenhuma organização criminosa e que todos os recursos utilizados pela empresa foram devidamente registrados no Banco Central.

Contexto da operação
A Transwolff, que atua na Zona Sul de São Paulo, e a UPBus, operante na Zona Leste, estão sob investigação do MP por suspeitas de irregularidades financeiras e ligação com o PCC. Desde 2015, as empresas receberam mais de R$ 5,3 bilhões da prefeitura, com contratos de concessão assinados durante a gestão de Fernando Haddad (PT) e renovados em 2019 sob a administração de Bruno Covas (PSDB).

A Operação Fim da Linha, realizada em 9 de abril, contou com a participação do MP, Polícia Militar, Receita Federal e Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Foram cumpridos 52 mandados de busca e apreensão em diversas localidades, incluindo a capital, a Grande São Paulo e cidades do interior. Na residência de Luiz Carlos Efigênio Pacheco, foram encontrados fuzis, revólveres, dinheiro e joias.

Situação atual
Até o momento, dez dirigentes da Transwolff e 19 da UPBus tornaram-se réus. O MP-SP continua a monitorar o caso e a desenvolver ações legais contra os envolvidos. Procurada, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) não retornou até a última atualização desta reportagem.

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