Setor aponta infraestrutura como ponto que demanda mais atenção para expansão de ônibus elétricos no Brasil

Do PORTAL UNIBUS
Foto: Divulgação (Prefeitura de São Bernardo do Campo / Via Eletra Bus)

Durante o Seminário Megatendências 2024, realizado em São Paulo e organizado pela Agência AutoData, representantes da indústria de ônibus elétricos discutiram os desafios enfrentados pelo setor no atendimento à demanda das prefeituras. Bruno Paiva, diretor da divisão de ônibus elétricos da BYD, Walter Barbosa, vice-presidente de vendas e marketing de ônibus da Mercedes-Benz, e Ricardo Portolan, diretor de operações comerciais de mercado interno & marketing da Marcopolo, foram os participantes do painel.

Embora a indústria tenha capacidade para atender à solicitação de 2,6 mil unidades de ônibus elétricos para a cidade de São Paulo, os desafios residem na infraestrutura e na entrega de alta tensão. Segundo os especialistas, a conversão das garagens de ônibus de média para alta voltagem é complexa e a infraestrutura de alta tensão é insuficiente em São Paulo.

Walter Barbosa destacou que os investimentos necessários para adaptar as garagens para comportar mais de cinquenta veículos carregando simultaneamente variam de R$ 50 milhões a R$ 120 milhões, inviabilizando a operação sem essa infraestrutura adequada.

Embora a Mercedes-Benz tenha comercializado cinquenta ônibus elétricos na capital paulista, a instalação da infraestrutura de alta voltagem pela Enel deve demorar de doze a quinze meses, adiando a circulação das 2,6 mil unidades previstas para este ano.

Ricardo Portolan ressaltou que a jornada da eletrificação no Brasil será única, com diferentes velocidades de implementação da infraestrutura em diferentes regiões do país.

Apesar dos desafios, Bruno Paiva concordou que a “chave já virou”, destacando a necessidade de ajustes nos financiamentos para permitir uma transição mais suave para ônibus elétricos.

Para Walter Barbosa, embora o momento ainda não tenha chegado, a transição será gradual, com a infraestrutura representando o ponto mais sensível.

Ele também mencionou o PAC da Mobilidade como uma fonte potencial de financiamento, que destinará R$ 6,6 bilhões para a renovação de frota com ônibus elétricos nos próximos dois anos, proporcionando uma perspectiva positiva para o mercado.

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