Governo Federal estuda programa para estimular venda de ônibus elétricos

Do PORTAL UNIBUS
Foto: Divulgação (Caio Induscar)

José Luis Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), anunciou que o governo está considerando o lançamento, ainda este ano, de um programa nacional para impulsionar a venda de ônibus elétricos, visando substituir a frota existente e reduzir as emissões de carbono no país. O anúncio foi feito em entrevista concedida à Revista Exame.

Os recursos para financiar essas operações devem provir do Fundo Clima, que detém uma carteira de R$ 10 bilhões, e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Gordon destacou que este programa governamental também pode ser um incentivo para o desenvolvimento da indústria de baterias elétricas no Brasil.

“O governo federal fez um mapa do que tem [de demanda por ônibus elétricos no país].O presidente Lula deve anunciar um grande programa voltado para ônibus elétricos. E eu enxergo que isso há potencial para, por exemplo, desenvolver baterias no Brasil. Já existem empresas que montam baterias no Brasil. Mas a célula, que é o mais importante, vamos conseguir desenvolver no Brasil. Isso nos coloca em outro patamar”, disse Gordon.

Relembrando o início do processo de financiamento de ônibus elétricos no Brasil, Gordon ressaltou que o impulso se deu a partir de uma operação estruturada para o município de São Paulo. Em outubro de 2023, o BNDES aprovou o financiamento de R$ 2,5 bilhões para a aquisição de ônibus elétricos pela capital paulista.

Com esse montante, entre 1.000 e 1.300 ônibus movidos exclusivamente a bateria podem ser adquiridos. Essa quantidade potencialmente viabiliza a substituição de 10% da frota atual da capital, composta por 13.000 veículos. A iniciativa busca evitar a emissão de aproximadamente 63.000 toneladas de CO2 equivalente/ano na atmosfera da cidade.

“Essa foi uma operação muito interessante que o município fez. O ônibus elétrico é algo em torno de três vezes mais caro que o ônibus tradicional. A diferença [de valor] entre o ônibus elétrico e o tradicional, a prefeitura subvencionou, colocou o dinheiro. O restante do valor foi pago com financiamento. Nesse caso, o BNDES financiou via Finame. Essa linha tem normas de conteúdo nacional, que fortalece a indústria nacional. Esse é um instrumento inovador feito pelo BNDES e pela prefeitura de São Paulo. O banco saiu na frente. Temos visto que isso está crescendo”, concluiu Gordon.

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