Prefeitura do Natal busca na justiça liberação da Ponte de Igapó

Prefeitura do Natal busca na justiça liberação da Ponte de Igapó

Do PORTAL UNIBUS
Foto: Arquivo (Por Dentro do RN)

A Prefeitura do Natal entrou na justiça, protocolando uma Ação Civil Pública que pede que o Departamento Nacional de Estradas e Rodagens (DNIT) libere uma faixa da Ponte Costa e Silva, popularmente conhecida como Ponte de Igapó, sobre o rio Potengi, na zona Norte de Natal. A interdição de duas faixas no sentido Igapó/Centro, em vigor há seis meses devido a obras em andamento na ponte, motivou a contestação do Município, questionando a necessidade de bloqueio direto sobre a ponte, quando o canteiro de obras poderia ter sido instalado, segundo a prefeitura, em uma área adjacente. Uma audiência na Justiça Federal, marcada para o próximo dia 20, busca resolver o impasse.

A administração municipal argumenta que a interdição impacta diretamente a rotina dos 350 mil habitantes da Zona Norte, afetando também o comércio local e de áreas circunvizinhas, como o Bairro do Alecrim. Isso resulta em perturbações diárias para trabalhadores e consumidores que se deslocam entre diferentes regiões da cidade.

Já sob efeito da interdição da Avenida Felizardo Moura, em obras de readequação, a região enfrentou um desafio adicional quando a Ponte de Igapó teve um de seus lados fechado pelo DNIT. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA/RN) apresentou, após uma explosão durante uma série de ataques criminosos em março de 2023, um laudo indicando problemas na estrutura, contradito por um estudo do DNIT. A população, que aguardava a conclusão da Avenida Felizardo Moura, viu um lado da ponte ser bloqueado pelo órgão federal.

O procurador-geral do Município, Thiago Tavares, explica que o DNIT optou por instalar o canteiro de obras e depósito de material diretamente na ponte, deixando apenas um lado liberado, resultando em congestionamentos e restrições de fluxo. Segundo ele, a prefeitura reuniu uma equipe técnica para analisar a situação e concluiu que o canteiro poderia ter sido instalado em uma área próxima, conforme indicado em estudo interno do próprio DNIT. “Poderia ser feito numa área anexa que já foi utilizada em outras reformas. O local já é totalmente antropizado e, inclusive, foi apontado em estudo interno do próprio DNIT que poderia ser lá”, disse o procurador, em entrevista ao jornal Tribuna do Norte.

O procurador critica a demora na execução das obras e aponta a possibilidade de liberar uma faixa, mantendo assim três faixas disponíveis para a população, com uma delas sendo usada em sentido contrário. “Se tirar o canteiro de cima da ponte, a gente pode isolar somente uma faixa, de acordo com os trabalhos. Com a própria STTU, a gente faz a interdição de uma via apenas em um lado da ponte e o contra fluxo por ela no horário de pico, por exemplo”, explica.

O Município também destaca, na ação, o impacto no transporte público, com aumento significativo no tempo de viagem das linhas que circulam na ponte, especialmente nos horários de pico.

A ação movida pela Prefeitura busca a desocupação de uma faixa do sentido atualmente interditado na Ponte de Igapó e uma audiência na Justiça Federal, marcada para o próximo dia 20, pode trazer uma resolução para o impasse.

Obras
O investimento total do DNIT na restauração da ponte é de R$ 20,8 milhões, abrangendo diversos aspectos, como reforço de estacas, blocos e pilares, substituição de aparelhos de apoio, demolição de elementos deteriorados, entre outros. O órgão justifica a necessidade de restauração de ambos os lados da ponte devido ao desgaste natural, eventos extremos e sobrecarga de tráfego.

A interrupção contestada na justiça teve origem após a assinatura de uma ordem de início de Serviços emitida pelo Superintendente Regional do DNIT/RN, Getúlio Batista. Conforme a estimativa do órgão, os trabalhos de restauração na Ponte de Igapó estão programados para uma duração total de 18 meses. Os bloqueios em vigor, no sentido Igapó/Centro, têm previsão de extensão por 12 meses, seguidos por mais seis meses de interdição no sentido oposto.

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