Volvo aposta na eletrificação do ônibus urbano e testa seu novo chassi elétrico no Brasil

Por NTU
Foto: Divulgação (Volvo do Brasil)

A Volvo começa a testar no Brasil, no segundo semestre deste ano, seu novo chassi 100% elétrico, o BZL. São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro serão as primeiras cidades brasileiras a receber o novo chassi, que será testado também em Bogotá (Colômbia) e Santiago (Chile). Duas unidades virão para o Brasil, sendo uma encarroçada pela Marcopolo, e a outra pela Caio.

Segundo André Marques, presidente da Volvo Buses Latin America, a eletrificação é a aposta da montadora para descarbonizar o transporte coletivo por ônibus urbano. “No segmento urbano, acreditamos que o movimento é mesmo para a eletrificação. Esse não é um caminho que tem retorno. O respeito ao meio-ambiente é um dos valores fundamentais da marca, não vamos abrir mão disso. Esse é um momento para fazer escolhas. E investir em duas tecnologias, Euro 6 e elétrico, é um pouco contraditório. Escolhemos um caminho e esse caminho é a eletrificação”.

O chassi BZL começou a ser produzido no ano passado e já roda em países europeus. Trata-se de um veículo padron (12,5 m a 13,2m), de piso baixo, que pode ser equipado com um ou dois motores elétricos de 200kW de potência (o equivalente a 270 cv cada), e compartilha o mesmo trem motriz e outros componentes utilizados nos caminhões elétricos da marca. O número de motores dependerá da topografia da região atendida, sendo indicado o uso de dois motores em áreas acidentadas, com subidas íngremes. A configuração de baterias também pode variar de três a cinco unidades, dependendo da autonomia desejada, que pode chegar a 300 quilômetros. O tempo de recarga varia de 3 a 4 horas, dependendo da potência do carregador.

Segundo Marques, a demanda inicial será atendida por chassis fabricados na Suécia, mas existe a possibilidade de que o BZL seja fabricado no Brasil, dependendo do comportamento do mercado e dos volumes comercializados. A Volvo acredita, inclusive, que as eleições municipais do ano que vem possam impactar positivamente nessa demanda. “O ano de eleições é sempre um ano de movimentação no segmento urbano. Os ônibus elétricos são uma bandeira importante e uma bandeira correta, para quem vive nas cidades a questão das emissões e do ruído são fundamentais. Já estamos vendo sinais do crescimento do volume de elétricos (no Brasil)”.

Com relação ao custo mais elevado dos veículos elétricos, uma alternativa que vem sendo adotada em outros países, como o Chile, e que poderia vir para o Brasil, na opinião de André Marques, é a separação entre quem investe na aquisição da frota e quem opera os ônibus. “É um mecanismo inteligente, porque dá flexibilidade. Esse movimento vem acontecendo em várias partes do mundo, principalmente na realidade dos ônibus elétricos, que têm maior capital envolvido. Muitas vezes existe um fundo de investimentos que investe na frota e disponibiliza para os operadores da região”.

Crescimento na região
No balanço anual feito pela marca, a Volvo comemorou o crescimento de 94% no volume de vendas na América Latina em 2022, com 1.967 ônibus entregues – o destaque foi para o Chile, que comprou 566 modelos Euro 6. No Brasil, foram 658 ônibus emplacados no ano passado, a maior parte rodoviários. Mas a montadora forneceu 240 ônibus urbanos para São Paulo e 100 para o BRT do Rio de Janeiro. A Volvo pretende investir R$ 1,5 bilhão no país até 2025, com foco na eletromobilidade (ônibus e caminhões) e em novos modelos de negócio.

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