Por Automotive Business
Foto: Divulgação (BYD Brasil)
Stellantis e BYD conversam a respeito da aquisição da fábrica que a montadora de veículos Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën mantém desativada em Campo Largo (PR). A estrutura é um dos argumentos utilizados pelo governo daquele estado para atrair a produção de veículos elétricos da marca chinesa para a região.
À Automotive Business, a Stellantis confirmou que há tratativas entre as partes, assim como também há conversas com outras empresas que procuraram a montadora nos últimos meses. A montadora, no entanto, não precisou quantas interessadas existem, nem quem são, sob alegação de que estão estabelecidos termos de confidencialidade.
A fábrica de Campo Largo foi desativada em novembro do ano passado depois de 25 anos em operação. Na unidade eram produzidos os motores da família E.torQ desde 2009. Sua construção remonta a 1999, quando ali foi criada a Tritec, uma espécie de joint-venture controlada por BMW e Chrysler.
Em 2019, o empreendimento registrou 1,5 milhão de motores produzidos. Nos últimos anos, no entanto, a FCA (antiga Fiat Chrysler, agora Stellantis após fusão com a PSA) passou a concentrar investimentos na produção de motores na fábrica que a empresa mantém em Betim (MG).
Além do Paraná, BYD também negocia com a Bahia
Além da unidade de Campo Largo, a BYD mira também a fábrica de Camaçari (BA), onde a Ford manteve produção desde o início dos anos 2000. A unidade, que voltou ao controle do estado, está desativada desde 2021 e o governo local também articula o seu repasse para outra empresa, com preferência àquelas do ramo automotivo.
Antes de iniciar as conversas com o Paraná, inclusive, a montadora chinesa assinou um protocolo de intenções com o governo da Bahia. O documento projeta, dentre outras coisas, três linhas de montagem e investimento de R$ 3 bilhões, com possibilidade de geração de 1,2 mil postos de trabalho.
Há até um cronograma a respeito da possível instalação em Camaçari. Edificações seriam erguidas em junho de 2023, com conclusão prevista de duas linhas de montagem até setembro de 2024. As operações começariam em outubro do mesmo ano.
Produção da fábrica da BYD em Camaçari
A primeira unidade a operar será a de processamento de fosfato e lítio para produção de baterias. Pelo documento, os insumos serão extraídos do Brasil e a produção será voltada para exportação para a China.
A segunda unidade será voltada para a fabricação de chassis de ônibus e caminhões 100% elétricos. Os veículos de transporte vão abastecer as regiões Nordeste e Norte do Brasil. Já a terceira linha, para produção de carros de passeio elétricos e híbridos plug-in, começará em janeiro de 2025.
O protocolo assinado prevê incentivos fiscais até 31 de dezembro de 2032 previstos no Programa Especial de Incentivo ao Setor Automotivo da Bahia (Proauto) e no Programa de Desenvolvimento Industrial e de Integração Econômica (Desenvolve).