Mercedes-Benz eO500U é ônibus 100% elétrico, silencioso e moderno

Do Jornal O Estado de S. Paulo
Foto: Divulgação (Mercedes-Benz do Brasil)

O Mercedes-Benz eO500U é o primeiro ônibus elétrico oferecido pela marca no Brasil. Embora tenha sido revelado em 2021, só agora as vendas começaram. Segundo a fabricante, para a cidade de São Paulo foram encomendadas 100 unidades. Ou seja, trata-se de um produto focado em operações urbanas. A novidade é baseada no O500U, que teve mais de 15 mil vendas.

Embora compartilhem o mesmo chassi, a versão elétrica traz mudanças na arquitetura eletrônica. Além disso, recebeu novo painel de instrumentos, com mais recursos. Bem como eixo dianteiro para até 8,2 toneladas. Com isso, pode suportar o aumento do peso bruto total (PBT), por causa das baterias. De acordo com a Mercedes-Benz, isso não reduziu a capacidade de transporte de passageiros.

Do mesmo modo, há um novo eixo traseiro AVE 130, de 13 t fornecido pela ZF. O componente integra dois motores elétricos, um em cada cubo de roda. Como resultado, o modelo tem PBT de 21,2 t. Por ora, o Mercedes-Benz eO500U tem tração 4×2. Porém, a marca informa que poderá desenvolver uma opção 6×2, bem como articulada. Para isso, bastaria adaptar chassi, eixos e baterias.

Mercedes-Benz elétrico tem 340 cv: Segundo o engenheiro responsável por veículos elétricos da Mercedes-Benz, Marcelo Palla, há projetos em andamento. Porém, ele não revelou detalhes. Por ora, o modelo tem motores elétricos com potência equivalente a 340 cv e torque de 98,9 mkgf. Além disso, toda a parte com sistemas de alta tensão fica na parte traseira do chassi.

Mas diferentemente de outros veículos elétricos, as baterias não ficam na parte inferior, mas no teto. De acordo com a fabricante, são dois pacotes, com tensão nominal de 665 volts cada uma. Seja como for, é possível instalar até seis pacotes, dependendo do tipo de operação. Entretanto, quanto mais baterias houver, menor será a capacidade de levar passageiros.

Afinal, mais baterias representam maior peso. Portanto, para atender a categoria Padron, para 83 passageiros, o eO500U deve ter cinco pacotes de baterias. Com seis, o número de passageiros é reduzido para 75. De acordo com a fabricante, nesse caso a autonomia é de até 300 km. Também segundo a Mercedes-Benz, a recarga é feita em cerca de três horas em sistemas rápidos, com potência de 150 kWh.

Ar-condicionado eficiente: Para a operação da SPTrans, o novos ônibus devem oferecer autonomia de, no mínimo 250 km. Portanto, os modelos que vão atuar em operações na capital paulista terão cinco pacotes de baterias. Inicialmente, esses veículos vão ter carroceria Caio. Mas também haverá uma opção feita pela Marcopolo.

Por sua vez, o sistema que atua junto do ar-condicionado é fornecido pela Valeo. O principal objetivo foi reduzir o consumo de energia, sem perda de eficiência. Conforme a empresa, o dispositivo precisa de apenas 1,4 kWh. No caso do convencional, o consumo gira em torno de 1,7 kWh. Outros destaques do modelo são os freios com ABS e ESP.

Silencioso e confortável: O Estradão deu uma volta, como passageiro, no novo Mercedes-Benz eO500U. Sobressai o silêncio a bordo, algo comum em veículos elétricos. Rodando a 35 km/h o decibelímetro marcou 48 decibéis. Além disso, como o ônibus estava em uma pista, não havia aquela barulheira comum das grandes cidades.

Seja como for, o resultado é o maior nível de conforto. Bem como a melhoria de condições de trabalho para o motorista. Colabora a suspensão pneumática independente. Além disso, chama a atenção o painel de instrumentos, colorido e moderno. De modo geral, todos os comandos parecem ser mais intuitivos.

A Mercedes-Benz não revela o preço do eO500U. Porém, a novidade é pelo menos duas vezes e meia mais cara que o equivalente com motor diesel. Apesar disso, trata-se de um caminho sem volta. Afinal, as operadoras terão de atender as novas normas de emissões de poluentes. Além disso, o menor custo de manutenção é outra vantagem.

Legislação determina mudança: Em São Paulo, por exemplo, há regras claras sobre o processo de redução de emissões pelo sistema de transporte público. Segundo a lei 16.802, de 2017, até 2027 os ônibus que operam no município terão de emitir metade dos poluentes que os atuais. A meta para 2037 e zerar as emissões.

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