Do Jornal do Commercio (PE) / Via Coluna Mobilidade
Foto: Andreivny Ferreira (UNIBUS RN)
Não é à toa que o passageiro do sistema de transporte público reclama tanto da qualidade dos ônibus em operação nas cidades e regiões metropolitanas do País – no Grande Recife não é diferente. Não é sem razão que dizem que muitos dos coletivos são velhos, barulhentos e quebram com frequência.
Levantamento do próprio setor aponta que o Brasil nunca teve uma frota de ônibus tão velha quanto agora, entre os anos de 2021 e 2022. A frota de coletivos urbanos – que respondem por mais de 50% do transporte da população nas cidades – é a mais velha dos últimos 27 anos.
Os ônibus estão, atualmente, com uma idade média de seis anos, considerada a mais alta desde 2012. E, para que o leitor entenda, se a idade média está em seis anos, significa dizer que há coletivos circulando com o aval da gestão pública com dez, 12 anos. Provavelmente, até mais.
Esse cenário é provocado pela crise histórica do transporte público brasileiro, potencializada com a pandemia de covid-19, que teve efeitos diretos na qualidade do serviço prestado à população. A perda de 11 milhões de passageiros em 2021 e a ausência de fontes de financiamento social impactaram nos investimentos do setor.
E o resultado é sempre o mesmo: quem perde é o passageiro, com a redução do serviço – o que significa mais espera pelo ônibus – e veículos velhos, desconfortáveis e que quebram.
Os dados fazem parte de um tradicional anuário produzido pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) e divulgado durante seminário que acontece em São Paulo.