ANTP: Consultoria vai propor melhorias para transporte público de Natal

Da Tribuna do Norte
Foto: Andreivny Ferreira (UNIBUS RN)

A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU Natal) firmou contrato de consultoria no valor de R$ 526,6 mil com a Associação Nacional de Transporte Público (ANTP) para elaboração de um plano de melhoria do atual serviço de transporte urbano. O prazo para realização do diagnóstico é de 120 dias e, de acordo com a secretaria, as medidas serão executadas conforme a entrega dos relatórios. A STTU acredita que a consultoria é necessária para estruturar a rede atual e preencher lacunas deixadas pelas linhas que foram abandonadas ao longo da pandemia.

Embora o contrato tenha sido firmado no dia 12 de agosto e publicado em Diário Oficial na última quarta-feira (17), o trabalho depende da assinatura da ordem de serviço para começar, o que deve ocorrer na próxima semana. Em entrevista à Tribuna do Norte, o superintendente da ANTP, Luiz Carlos Mantovani Néspoli, diz que aguarda o sinal verde da secretaria para iniciar o diagnóstico do sistema natalense. Ele explica que a atuação da ANTP se concentrará em buscar elementos que possam melhorar a rede de imediato.

“Melhorar significa dar uma olhada na rede, ver se o número de linhas está adequado, se a oferta do serviço está adequada, faz parte do nosso trabalho analisar as atuais condições financeiras da rede, custos que estão envolvidos, é uma análise do sistema atual, de maneira a propor de forma implantável, a curtíssimo prazo, melhorias do serviço. Esse é o propósito. Estamos começando a nos organizar para executar esse trabalho em Natal”, explica Néspoli.

O engenheiro civil, superintendente da ANTP, acrescenta que as equipes técnicas da instituição virão a Natal para averiguar as principais deficiências do transporte feito por ônibus urbanos. “É necessário que se conheça no campo, fazer um reconhecimento local das condições, reuniões com a Secretaria, entender exatamente quais são os gargalos, os problemas, onde estão as necessidades mais fundamentais, mais imperiosas. Naturalmente que esse trabalho não é necessário que as equipes estejam presentes durante toda a execução do contrato, mas é preciso conhecer”, pontua.

Além de apresentar alternativas para as áreas que deixaram de ser atendidas por causa da diminuição das linhas, o contrato prevê que o estudo da Associação Nacional de Transporte Público indique “propostas de modelagem para o sistema de transporte público coletivo de passageiros da cidade do Natal, com vistas a promoção de melhoria na prestação do serviço e garantia da modicidade tarifária, assim como proposta de transição da rede do sistema atual para a rede projetada pela STTU”, destaca.

A titular da Mobilidade Urbana, Daliana Bandeira, reforça que o relatório deve focar em melhorar a rede atual, antes da licitação. “A associação vai entregar um diagnóstico do sistema e propostas para melhoria do sistema que está hoje, com as empresas que estão hoje, com os permissionários que estão hoje, não estou falando nada de licitação. A associação é formada por estudiosos da área de planejamento de transporte, fazem trabalhos em diversas cidades do País, 45 anos de experiência, então o produto será uma organização do sistema que temos hoje”, diz.

De acordo com Daliana Bandeira, o acordo com a ANTP não tem caráter definidor de detalhes do processo licitatório. “Não é para definir rede de licitação, nas nossas propostas de melhoria a gente já quer implantar a rede que a gente está propondo para a licitação, começar a fase essa transição porque também a gente não consegue fazer a transição 100% e escutar a associação e ver se a gente vai fazer alguma alteração no sistema atual”, detalha.

Licitação: O presidente do Instituto da Mobilidade Urbana Sustentável – Rua Viva, Ricardo Mendanha, informou à TN que enviou a minuta do edital de licitação à Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal “no fim do semestre passado”. A minuta é uma espécie de rascunho do edital oficial que deverá trazer todas as regras aplicáveis, documentos de habilitação, julgamento de propostas e especificações do objeto.

Contudo, o lançamento do certame segue sem data para acontecer por causa de um entrave na tarifa. Só em 2022, a publicação foi adiada três vezes. “A minuta é um passo muito importante para a licitação, mas é o que eu sempre falei. Adiou [o lançamento] porque a gente não está conseguindo manter a tarifa que está no sistema atual, então não é de interesse do município, da gestão, ter um reajuste tarifário nesse momento”, esclarece Daliana Bandeira.

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