Caminho da Escola mantém sua importância para a indústria de ônibus

Da Agência AutoData
Foto: Divulgação (Mascarello / CNH Press)

Um dos segmentos da produção automotiva mais afetados durante a pandemia, o de ônibus tem esboçado reação e parte desse movimento é atribuído à demanda gerada pelo Caminho da Escola, programa do governo federal que que destina veículos para o transporte escolar em áreas rurais. No entanto denúncia em torno de nova licitação para a escolha das empresas que fornecerão a próxima leva de 3 mil 850 unidades, por suspeita de superfaturamento, por ora deixa o processo em xeque.

No início de abril novo processo licitatório teve sua conclusão suspensa pelo TCU, Tribunal de Contas da União. No despacho o juiz escreveu que o leilão permite a aquisição de cada unidade por até R$ 480 mil, quando o valor não deveria ultrapassar R$ 270,6 mil.

O vice-presidente da Anfavea, Marco Saltini, assinalou que o objetivo é reduzir o preço, por se tratar de um pregão reverso que objetiva atender secretarias municipais e estaduais: quem participa não tem acesso aos valores de seus concorrentes, e os lances são feitos no escuro: “Como empresas temos regras de compliance que não nos permitiriam participar eventualmente de qualquer ação que não fosse idônea nem lícita. Não sabemos quais serão os próximos passos, mas esperamos que os pontos sejam esclarecidos, pois será muito ruim para o País crucificar um programa que é extremamente relevante para as futuras gerações”.

Sem entrar nos pormenores Saltini afirmou que a situação antes do Caminho da Escola era muito mais crítica, principalmente no meio rural: “É preciso preservar um programa tão bem sucedido e tão importante para a sociedade. Mas nós respeitamos a decisão do TCU e acreditamos que o processo de licitação deve ser feito de forma transparente e com rigor”.

Em março, de acordo com dados da Anfavea divulgados na sexta-feira, 8, foram licenciados 1,4 mil ônibus novos, volume 47,9% superior ao registrado em fevereiro e 15,4% maior do que no mesmo período de 2021: foi o melhor mês para o segmento desde 2019.

E o Caminho da escola respondeu por 23% desse volume, média mensal que vem sendo seguida desde o início do ano. O vice-presidente da Anfavea reforçou a forte influência do programa por levar o acesso à educação: “A última venda foi em dezembro mas, da licitação de 7 mil unidades, apenas duzentas foram produzidas no ano passado, ou seja, haverá impacto interessante este ano por causa do programa”.

A estimativa da Anfavea acerca da representatividade do programa para a indústria de ônibus é a de que, até o fim do ano, dos 6,8 mil emplacamentos aguardados para 2022, 40% sejam para o Caminho da Escola. A conclusão do leilão investigado pelo TCU, o décimo-primeiro já realizado, e a consequente venda de 3 mil 850 unidades, equivaleriam a 22,6% do total.

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