Da Agência AutoData
Foto: Divulgação (Mercedes-Benz do Brasil)
O cenário mudou pouco com relação ao começo do ano, quando a Fenabrave divulgou sua projeção de crescimento de 4,6% nas vendas de veículos este ano com relação às de 2021: a economia segue andando devagar, com projeção de PIB próximo do 0 por parte da equipe econômica da entidade, e a crise dos semicondutores continua afetando a produção das montadoras. A eles, segundo o presidente José Maurício Andreta Jr., se somaram pontos negativos, como o agravamento da variante ômicron do coronavírus, a guerra da Ucrânia, a continuidade do movimento de aumento da Selic, e pontos positivos, como a redução do IPI promovida pelo governo federal. Assim, diante deste cenário cheio de indefinições, a entidade optou por manter as estimativas divulgadas em janeiro.
“Revisaremos os números daqui a dois meses, quando esperamos ter uma visão mais clara do mercado”, disse Andreta Jr. em entrevista coletiva à imprensa na terça-feira, 5, na sede da Fenabrave. E manteve o otimismo: “A demanda ainda existe, há muita procura por carros que estão em falta. Ainda acredito que a partir do segundo semestre o mercado começará a reagir.”
Ele ressaltou o impacto que a redução do IPI teve no mercado, embora a falta de produtos ainda limite essa tradução em números. Decisão do governo que, segundo ele, tem prazo para acabar: “Foi renovada até o fim de abril. Estamos trabalhando para manter por mais tempo”.
No mês passado o mercado de veículos apresentou queda de 22,5% com relação a março de 2021, com 146,8 mil unidades comercializadas. Na comparação com fevereiro a alta foi de 11%. O saldo do trimestre também foi negativo, 23,2% de queda e 405,6 mil veículos licenciados.
O segmento de automóveis e comerciais leves registrou recuo de 23,7% na comparação do março de 2022 com o de 2021, com 134,9 mil unidades. Os emplacamentos, porém, avançaram 9,7% sobre fevereiro. No trimestre a queda chegou a 24,8%, com 374,5 mil vendas.
Em caminhões o cenário foi de queda na comparação, com 10,1 mil unidades licenciadas, 6,1% abaixo de março de 2021. Comparado com fevereiro, alta de 24,9%. No trimestre o saldo segue positivo em 3,9%, com 26,8 mil caminhões vendidos.
O segmento de ônibus foi o único a apresentar saldo positivo em todas as comparações: as 1 mil 779 unidades vendidas no mês passado representaram alta de 18,6% na comparação anual e de 51,3% no comparativo mensal. No trimestre houve crescimento de 1,7%, para 4,3 mil unidades.