Do Moovit
Foto: Marcello Casal Jr. (Agência Brasil)
O Moovit, uma empresa Intel, fez uma pesquisa com os usuários do app de mobilidade com foco na recente alta de casos de covid e como isto afetou o uso de transporte público. E 84% dos entrevistados disseram não se sentir seguros em ônibus, trens, metros e outros modais por conta dos riscos de contaminação. Esta desconfiança fez com que quase metade dos respondentes — 45% — reduzissem de alguma maneira o uso de transporte público no início de 2022.
A pesquisa anônima foi feita com mais de 6 mil usuários nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre e Fortaleza, entre 17 e 21 de fevereiro.
Em relação à sensação de risco para a saúde, há algumas variações: a capital cearense é onde o índice fica mais alto, com 89%. Já Porto Alegre está no outro extremo: 27% dos respondentes se sentiram seguros em relação à possibilidade de contaminação.
Queda no uso de transporte público: A preocupação quanto aos riscos de contaminação afetou a frequência com que os passageiros viajam no transporte coletivo. Entre os respondentes, 23% disseram que reduziram a frequência com que fazem viagens em transporte público; já 20% só fazem viagens essenciais; e 2% pararam de usar transporte público. Brasília e Belo Horizonte foram as cidades menos afetadas, em que o uso se manteve constante para 61% e 60% dos usuários, respectivamente.
Medidas de prevenção no deslocamento: O Moovit perguntou também quais medidas de prevenção foram tomadas por empresas e funcionários para reduzir o risco de contaminação. Para 65% dos entrevistados, nenhuma ação preventiva foi implementada. O rodízio de equipes foi adotado nos locais de trabalho de 8% dos respondentes, mesmo índice para adoção de horários alternativos. E somente 5% dos usuários retornaram para o trabalho remoto nos últimos meses.
Incentivos: Por fim, a pesquisa quis saber o que faria com que os passageiros se sentissem mais seguros no transporte público. A grande maioria dos entrevistados — 83% — pediu o aumento da frota para evitar veículos lotados. Em 59% das respostas, a localização dos ônibus em tempo real para não ficar aglomerado em pontos e paradas seria um incentivo. E 53% dos passageiros gostariam de ver a fiscalização mais intensa do uso de máscaras.
“A pesquisa mostra que o transporte público é um dos termômetros da pandemia, sendo um setor imediatamente afetado com qualquer variação. É importante que a sociedade discuta como passageiros e funcionários possam se sentir protegidos, já que a mobilidade urbana é fundamental para a vida nas cidades”, afirma Pedro Palhares, diretor de parcerias do Moovit para América Latina.