Por Automotive Business
Foto: Marcelo Camargo (Agência Brasil)
Após anos esquecido, o táxi deve voltar a ser mais presente no cotidiano dos brasileiros em 2022. No ano passado, a demanda pelo transporte cresceu 37%, segundo dados do aplicativo Vá de Táxi. Entre os principais motivos que explicam a migração para está a crise dos aplicativos de motoristas particulares, Uber e 99, com altas taxas de cancelamento de viagens.
Ao todo, o número de usuários do aplicativo de táxi aumentou 64%, reflexo da retomada das atividades de trabalho e lazer, enquanto avança a vacinação contra a Covid-19 no Brasil.
Segundo a CEO do Vá de Táxi, Glória Miranda, a boa fase para os táxis vai continuar em 2022. O crescimento esperado deve se confirmar a partir do final do primeiro trimestre, por conta do aumento dos casos de contaminação por coronavírus, em função da variante ômicron, que gera preferência por transporte individual em detrimento do coletivo.
A crise da Uber e 99 também contribuem para essa tendência. No início do ano, o Procon do Rio de Janeiro multou os aplicativos por causa da má qualidade dos serviços prestados. Os passageiros reclamam do aumento no tempo de espera por um carro e do grande número de cancelamento de viagens por parte dos motoristas, que escolhem fazer apenas corridas que considerem mais vantajosas. Além disso, os apps deixaram de ser opções com grande vantagem de preço em relação ao táxi.
Motoristas de aplicativo enfrentam altos custos: Os aplicativos de mobilidade chegaram ao Brasil por volta de 2014 e conquistaram uma parcela importante dos usuários que, até então, utilizavam o serviço de táxi. Sem regulamentação específica para a atividade, os aplicativos conseguiam oferecer corridas por preços baixos e facilidade para conseguir um carro disponível.
Se antes trabalhar nos aplicativos era a chance de ganhar uma renda extra, hoje para muitos motoristas deixou de ser vantajoso pelos altos custos com os quais precisam arcar.
Para evitar prejuízos, os condutores estão mais seletivos na hora de pegar corridas, o que gera uma grande onda de cancelamento de viagens e longo tempo de espera para o passageiro. Colocando na ponta do lápis, os motoristas repassam em torno de 40% do valor de cada corrida para o aplicativo, além de arcarem com o alto preço do combustível, gastos com manutenção e seguro veicular.