Da Revista Technibus
Foto: Divulgação (Mascarello / CNH Press)
O mercado de ônibus se prepara para mais uma licitação do programa Caminho da Escola que deverá ocorrer em fevereiro deste ano, envolvendo a compra de 3.850 veículos. “Isso dará um ânimo para a indústria porque os modelos escolares representam em torno de 25% da produção total de ônibus”, disse Rubens Bisi, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus), à revista Technibus.
Dos sete mil ônibus da licitação do ano passado, uma parte foi entregue em outubro, novembro e dezembro, e o restante deverá chegar no primeiro semestre. “Temos também a segunda licitação que terá boa parte entregue neste ano”, destacou o presidente da Fabus.
Por conta desta movimentação do Caminho da Escola, a estimativa da Fabus é de que a produção de ônibus deverá atingir 15 mil unidades neste ano, o que representará um crescimento de 21,4% sobre os 12.361 veículos que foram fabricados de janeiro a dezembro de 2021. A previsão anterior era de incremento de 17,36%.
Do total de ônibus que serão fabricados neste ano, 11,9 mil serão destinados ao mercado interno, garantindo um crescimento de 20% sobre as 9.912 unidades absorvidas em 2021. Para o mercado externo, serão enviados 3,1 mil ônibus, 25% a mais que no ano passado, cujo embarque foi de 2.449 unidades – 18,9% a menos do que foi 2020 e 29,7% a menos que 2019, quando foram exportados 4.290 veículos.
Outros fatores, segundo Bisi, deverão estimular o mercado de ônibus. A retomada do turismo fará com que o segmento rodoviário cresça 25% neste ano, além da liberação do tráfego de pessoas entre os municípios e do preço mais atraente das passagens do rodoviário em relação ao transporte aéreo.
Para os urbanos, a previsão é de aumento de 20% por causa da obrigação de renovação de frota. “Mas vai depender também do entendimento que as prefeituras terão com as empresas porque tem ocorrido muitas greves e muitas empresas estão quebrando”, disse Bisi.
Na avaliação do presidente da Fabus, o único segmento que poderá surpreender neste ano, com estabilidade ou pequena redução, é o fretamento. Para o restante do mercado, o cenário aponta para o crescimento. “Como os empresários compraram muitos ônibus nos últimos dois anos para manter o distanciamento dos funcionários, há uma tendência de o fretamento perder força. Mas, existe um investimento pesado em infraestrutura – mineração, rodovias, ferrovias e portos – previsto para este ano e isso vai gerar a necessidade de mais ônibus para o transporte de funcionários nas obras. Existe ainda a mineração do Chile puxando fortemente o setor de ônibus.”
Além da perspectiva de crescimento do PIB, o presidente da Fabus citou também como fator positivo para o mercado de ônibus os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mostram um aumento do nível de emprego formal, o que é muito bom para o setor porque faz crescer a demanda por transporte para o deslocamento das pessoas e para o fretamento.
Bisi destacou também a antecipação de compra de ônibus que deverá ocorrer neste ano porque o chassi com motor Euro 6 deve sofrer aumentos em 2023. “Há ainda a retomada das exportações, o que é importante para o setor. Muitos mercados estão se abrindo, e a África tem vários projetos interessantes.”