Após fracasso de edital, Rio de Janeiro cria empresa pública para operar o BRT

Por Automotive Business
Foto: Paulo Jacob (Agência O Globo / Via Valor Econômico)

A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou na última quarta-feira a criação de uma nova empresa pública para gerir o transporte público, batizada de Mobi Rio. A companhia irá operar todo o transporte coletivo da cidade, incluindo o sistema BRT. Também ficará responsável pelo gerenciamento e manutenção da frota, das estações e dos terminais, além de todo o planejamento da mobilidade da cidade.

A Mobi Rio, que estará vinculada à Secretaria Municipal de Transportes, receberá um investimento inicial de R$ 89 milhões para começar a trabalhar. Sua sede será anexa ao Terminal Alvorada do BRT, na Barra da Tijuca.

O transporte público do Rio passa por uma crise atualmente. No modelo atual, a RioCard, empresa vinculada à Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro), é quem reúne dados como número de passageiros por veículo e volume de arrecadação das tarifas e repassa esses números à Prefeitura. O poder público, entretanto, desconfia da conduta da RioCard e, por isso, está intervindo para acabar com ela. O prefeito Eduardo Paes culpa a RioCard pelo atual colapso do sistema, que inclui superlotação, falta de linhas e veículos sem manutenção.

A Sociedade BRT Rio S/A, empresa que opera o BRT, está sob intervenção legal da Prefeitura desde março deste ano. O objetivo é “assegurar e recuperar a continuidade dos serviços do BRT”. Em suas averiguações, a Prefeitura encontrou ônibus degradados, falta de peças para reparos e estações vandalizadas e fechadas.

Em outubro, a Prefeitura lançou o edital para a criação de um novo sistema de bilhetagem eletrônica que permitirá maior controle do poder público sobre o valor arrecadado com as tarifas. Segundo esse novo modelo, as empresas que operarem a bilhetagem e as empresas que operarem os ônibus não poderão ser as mesmas. Além disso, os dados serão repassados diretamente à Prefeitura, acabando com o problema da falta de transparência.

Só que o edital não recebeu propostas de nenhuma empresa e, agora, voltou à prancheta para ficar mais atraente para o mercado. A RioCard foi impedida de participar da licitação devido a uma decisão da Justiça, que aceitou um pedido da Procuradoria do Município do Rio de Janeiro.

Agora, com a criação da Mobi Rio, não fica claro se o edital voltará a ser publicado ou se a nova empresa é uma solução definitiva.

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