Consórcio Santa Cruz e Novacap entram em recuperação judicial no Rio de Janeiro

Do Diário do Transporte
Foto: Pedro Henrique Paes da Silva/Ilustração

O Rio Ônibus informou na noite desta terça-feira, 14 de setembro de 2021, que mais um consócio carioca entrou em Recuperação Judicial, agravando a situação de crise no setor. Trata-se do Consórcio Santa Cruz, responsável pelo carregamento de 19% de todo o volume de passageiros de ônibus da cidade, o Santa Cruz é o mais afetado pela invasão do transporte clandestino por vans. Este é o segundo dos quatro consórcios a solicitar o recurso legal para não ser obrigado a encerrar suas atividades, o que deixaria os passageiros da Zona Oeste sem linhas de ônibus.

O pedido foi deferido na tarde desta terça-feira (14) pela 1ª Vara Empresarial do TJRJ.

NOVACAP

A Novacap foi outra empresa que teve pedido aceito pela 5ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Foto: Antônio Farias/Ilustração

A empresa conecta bairros do subúrbio na Zona Norte. No pedido, a viação alega que enfrenta bloqueios judiciais e descontos na receita com o vale transporte. O endividamento está em R$ 11 milhões.

Entre os argumentos, a empresa alega que a operação é deficitária por conta do congelamento das tarifas e pela falta de subsídios para compensar as gratuidades oferecidas no transporte coletivo.

EMPRESAS FECHADAS

Segundo o Sindicato, o consórcio Santa Cruz já contabiliza cinco empresas fechadas em decorrência da crise financeira (Andorinha, Top Rio, Algarve, Rio Rotas e Bangu) e, das seis companhias que se mantém em operação, a metade já está em regime de Recuperação Judicial (Campo Grande, Pégaso e Palmares). Desde março de 2020, as empresas de ônibus cariocas acumulam déficit financeiro de R$1,9 bilhão. Já foram fechadas 16 empresas, além da demissão de 21 mil profissionais rodoviários.

Assim como o Intersul, que entrou em Recuperação Judicial no último dia 03 de setembro de 2021, o pedido do Santa Cruz tem como base, três aspectos amplamente sinalizados pelo setor ao poder público: cenário de crise econômica severamente agravada pela pandemia, com redução de 50% no número de passageiros pagantes; quase três anos de tarifas congeladas; além da queda das Centralizações Trabalhistas, o que resulta na iminente execução de processos que totalizam mais de R$100 milhões.

Em nota, o Rio Ônibus faz um relato dos transportes na Zona Oeste:

– A Zona Oeste vive diariamente as consequências da desestruturação da mobilidade urbana, potencializada com a pandemia. Como se sabe, o avanço do transporte irregular tem gerado concorrência predatória, com reflexos devastadores às empresas, bem como aos passageiros. Temos confiança no planejamento que vem sendo adotado pela Prefeitura, porém, nos preocupa a velocidade deste trabalho, tendo em vista o crescente estrangulamento financeiro do setor. A Recuperação Judicial tem sido o último recurso das empresas para não fecharem definitivamente suas portas, permitindo a reestruturação jurídica do setor, de forma coordenada e com a possibilidade de participação do Poder Concedente – explica Paulo Valente, porta-voz do Rio Ônibus.

A situação das empresas de ônibus no momento é:

FECHADAS SEM CONSEGUIR TENTAR RECUPERAÇÃO JUDICIAL:

RIO DE JANEIRO (CAPITAL):

Acari;

Estrela;

EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL;

RIO DE JANEIRO (CAPITAL)

Penha-Rio;

Campo Grande;

Real;

Expresso Pégaso;

VG;

Palmares;

Pavunense;

Paranapuan;

Transportes Vila Isabel;

Consórcio Intersul: Autoviação Alpha S.A., Autoviação Tijuca S.A., Empresa de Transportes Braso Lisboa Ltda., Gire Transportes Ltda., Real Auto-ônibus Ltda., Translitorânea Turística Ltda., Transportes Estrela Azul S.A., Transportes São Silvestre S.A., Transporte Vila Isabel S.A., Transurb S.A. e Viação Sáenz Pena S.A.

Consórcio Santa Cruz: Jabour, Recreio, Barra, Campo Grande, Pégaso e Palmares – Fechadas: Andorinha, Top Rio, Algarve, Rio Rotas e Bangu

Nova Cap.

NOVA IGUAÇU:

Tinguá

BARRA MANSA:

Cidade do Aço

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