Mobilidade geral cai na pandemia e carros ganham preferência

Por Automotive Business
Foto: Andreivny Ferreira (UNIBUS RN)

O Centro de Excelência BRT+ (braço de pesquisa e educação da Volvo), em parceria com o instituto de pesquisas WRI Brasil, anunciou que sua pesquisa sobre as mudanças nas formas de deslocamento durante a pandemia de covid-19 está entrando em sua segunda fase. Nove cidades serão estudadas: Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, Bogotá, Buenos Aires, Lima, Quito e Santiago.

Os resultados preliminares da pesquisa, divulgados no fim de 2020, apontaram que a mobilidade caiu muito nas metrópoles durante a pandemia. Esses dados foram atualizados agora pelo BRT+ e pela WRI com base em novos respondentes. Os novos índices, que podem ser conferidos abaixo, mostram que, durante a pandemia, mais de 50% das pessoas não estão saindo às ruas.

O transporte público foi o que mais sofreu com o êxodo: nas nove cidades analisadas, mais de 50% dos respondentes afirmaram ter reduzido a frequência com que utilizam o transporte coletivo, chegando a 82% dos participantes em São Paulo.

No entanto, esse abandono do deslocamento não está sendo homogêneo: as parcelas mais carentes da população precisaram se deslocar mais do que as parcelas mais ricas. Isso pode ter relação direta com o maior índice de mortalidade por covid-19 entre as pessoas em situação econômica mais vulnerável.

Uma diferença flagrante entre as capitais brasileiras e as de outros países é que, fora do Brasil, está havendo mais adoção pelo transporte com bicicletas. Segundo o WRI Brasil, isso se deve ao fato de que Quito, Lima, Buenos Aires e Bogotá investiram em ciclovias no período ou em medidas como o alargamento de calçadas. No Brasil, o incentivo às bikes ainda depende de iniciativas isoladas.

Outro efeito secundário da pandemia é que, dentre todas as modalidades de transporte, o carro foi o que menos caiu. Por consequência, sua proporção entre os modais usados aumentou. Isso tem uma lógica: as pessoas se consideram mais protegidas da infecção em seus carros do que em ônibus ou trens.

Se você é morador de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro ou Porto Alegre, você pode participar da pesquisa no site do WRI Brasil.

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