Produção de motos cresce 45% no ano e retoma nível pré-crise econômica

Do Valor Econômico
Foto: Marcos Santos/USP Imagens

A produção de motos fechou o primeiro semestre no melhor volume desde 2015, mas ainda distante dos anos recordes de sua história. Os fabricantes fecharam os primeiros seis meses de 2021 com produção de 568.863 unidades, alta de 45% sobre o mesmo período do ano passado. Em 2015 foram montadas 697.540 unidades. O desempenho, neste ano, garante a volta da retomada da produção pós-crise econômica que foi interrompida em 2020 por conta dos efeitos do combate à covid-19, principalmente nos meses de abril e maio.

Segundo números divulgados ontem pela Abraciclo, entidade que representa a indústria instalada no Polo Industrial de Manaus, a produção fechou o semestre acima das 100 mil unidades, mesmo patamar pré-pandemia. Em junho, 105.450 motos saíram das linhas de montagem, alta de 1,6% na comparação com maio (103.792 unidades) e de 35% em relação ao mesmo mês de 2020 (78.130 motos).

Apesar do bom desempenho semestral, a Abraciclo manteve a previsão de fabricar 1,06 milhão de motos neste ano. “Se necessário, isso (revisão das estimativas) será feito no segundo semestre. Existem condições favoráveis, mas também uma série de fatores que ainda pode impactar o mercado”, afirmou em nota Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo.

Entre os fatores citados pelo executivo estão o aumento dos juros para um setor onde o financiamento é imprescindível, o índice de desemprego e a redução na renda dos brasileiros. “Além disso, precisamos avaliar se o que temos hoje é uma demanda cíclica, em função da redução da produção, ou se é algo sustentável.”

No primeiro semestre foram licenciadas 517.154 unidades, aumento de 47,7% em relação ao mesmo período de 2020 (350.141 emplacamentos). Em junho, foram emplacadas 106.680 motos, retração de 3,3% na comparação com maio (110.376 unidades).

Mesmo com queda na comparação mensal, a Abraciclo destaca que foi o melhor resultado para junho desde 2013, que somou 125.046 motos licenciadas. Na comparação com o junho do ano passado, houve aumento de 132,6%, período que ainda foi afetado pelos efeitos do combate à pandemia, como o fechamento de lojas e restrições nos funcionamentos dos Detrans.

Fermanian afirmou que a fila de espera por motos ainda persiste. “A entrega de modelos de média e alta cilindrada já está regularizada. Já as motocicletas de baixa cilindrada e scooters ainda têm fila.” Em meados de junho, o presidente da Abraciclo estimava que a fila de espera chegava a 100 mil unidades, cerca de um mês de produção. Essa fila começou a se formar ainda em 2020, com a parada das fábricas no primeiro semestre, e se agravou no início deste ano, com a crise sanitária enfrentada pela cidade de Manaus.

As exportações do setor voltaram a crescer neste ano. No primeiro semestre foram embarcadas 26.260 motos, alta de 148,7% na comparação anual. O destaque continua sendo a Argentina, responsável por 30,8% do total exportado, com 8.345 unidades. Em seguida vem os Estados Unidos, com 5.838 motos, 21,6% das exportações.

Em junho foram exportadas 4.409 motos, praticamente o mesmo volume de maio e 43,6% a mais do que no mesmo mês do ano passado. O principal mercado em junho foi novamente a Argentina, com 30,7% do volume embarcado no mês.

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