Da Revista Technibus
Foto: Divulgação (Volkswagen do Brasil)
A primeira etapa do pregão do FNDE (Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação), autarquia ligada ao Ministério da Educação, para a compra de sete mil ônibus escolares foi comemorada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus), que espera um impacto positivo para o mercado que ainda está paralisado por causa dos efeitos causados pela pandemia da Covid-19.
“Ainda estamos entregando as últimas unidades de ônibus do programa Caminho da Escola de 2019 e esta fase está terminando. Se não houvesse o novo pregão, o setor teria mais problemas”, comentou Ruben Antonio Bisi, presidente da Fabus.
Após a entrega das propostas de preços para os sete mil ônibus do programa Caminho da Escola ao FNDE, as fabricantes preparam agora a documentação técnica dos veículos e aguardam a homologação dos protótipos.
Bisi lembrou que o setor de ônibus está produzindo 50% a menos do que produzia há dois anos. “De janeiro a maio, as encarroçadoras montaram 5.268 ônibus, sendo 1.050 unidades por mês. Em 2019, a produção era de 9.228 veículos e o volume mensal de 1,8 mil veículos”, comparou o presidente da Fabus.
Apesar de a realização do pregão ser considerada um alento, não trará retorno imediato para o mercado de ônibus, pois os sete mil ônibus não serão entregues este ano. “Ainda há a fase de homologação e de liberação para os municípios, e como o prazo da licitação é de 12 meses, a produção dos novos ônibus escolares deve começar entre outubro e novembro deste ano. Só teremos um bom volume de veículos fabricados no primeiro semestre de 2022, se os municípios tiverem interesse de comprar os modelos escolares”, esclareceu Bisi.
Segundo o presidente da Fabus, há estudos que demonstram que a demanda por ônibus escolares no Brasil é de 110 mil veículos. “A resolução do FNDE determina que os ônibus escolares tenham até dez anos de uso. Se levarmos em conta que muitos veículos têm mais de dez anos, essa demanda será ainda maior”, observou Bisi.
Lances: As propostas de preços para sete mil ônibus escolares de diferentes configurações entregues ontem ao FNDE pelas fabricantes, por meio de pregão eletrônico, oscilaram de R$ 259,3 mil a R$ 542 mil, totalizando R$ 2,25 bilhões.
A Mercedes-Benz venceu a primeira etapa da licitação com direito de produzir 2,6 mil ônibus escolares – 1,2 mil na categoria Ônibus Rural Escolar – ORE 1 (R$ 237.898,00), mil na ORE 2 (R$ 279.698,00) e 400 na Onurea (Ônibus Urbano Escolar Acessível) piso alto (R$ 259.328,00), todos com o chassi LO916.
A Volkswagen obteve aprovação para produzir 2,5 mil ônibus na categoria ORE 3, com o chassi 15.190 ODR (R$ 317.998,00). A Marcopolo poderá fabricar 1,4 mil ônibus, sendo mil na categoria ORE 1 4×4 com o modelo V8L 4X4 Attack 8 (R$ 362.200,00) e 400 Volare Acess piso baixo (R$ 387.600,00). A Agrale foi aprovada com 500 veículos na categoria ORE zero 4×4, com o modelo Marruá AM 200 MO (R$ 542.000,00).