Do Portal Automotive Business
Foto: Divulgação
No Mês do Orgulho LGBTI+ as redes sociais ganham fotos com as cores do arco-íris, inclusive no perfil de empresas. Fora da internet, ainda há pouco para celebrar. No setor automotivo a inclusão de colaboradores gays, lésbicas, bissexuais, transsexuais e outros não é prioridade para a maior parte das companhias, faltam metas, políticas de inclusão e espaços acolhedores para esses colaboradores.
Dos diversos eixos da diversidade, a orientação sexual é a que menos sensibiliza as organizações do segmento, segundo a pesquisa Diversidade no Setor Automotivo, realizado por Automotive Business, em parceria com a MHD Consultoria.
O levantamento aponta que 65% das companhias não contam com diretrizes ou metas para a inclusão de colaboradores LGBTQI+. As empresas que têm diretrizes relacionadas ao tema são 25%, enquanto apenas 6% têm estratégia mais robusta, com metas efetivas para a inclusão desses colaboradores no quadro funcional. Para os cargos de chefia, somente 1% das organizações contam com objetivos estruturados para incluir pessoas LGBTI+ na liderança.
Nos benefícios oferecidos pelas companhias automotivas também deixam a desejar: só 24% das empresas oferecem direitos de licença parental igualitários para casais LGBTI+. A licença parental igualitária para pais e mães é oferecida por só 1% das empresas; enquanto a maioria de 61% oferece apenas o período de afastamento exigido por lei.
Para melhorar a inclusão, incluindo a diversidade de orientação sexual e identidade de gênero, as empresas do setor apostam principalmente em palestras e workshops de sensibilização sobre o tema. Cerca de 45% das companhias têm comitê ou liderança dedicada à diversidade e inclusão, mas 36% contam com orçamento dedicado à temática.
MAIS DO QUE LETRAS E CORES
A liberdade de expressar opiniões e exercer a própria personalidade no ambiente de trabalho deveria ser um direito essencial em qualquer organização, mas nem sempre funciona assim para pessoas LGBTI+.
Muitas empresas estão em estágios iniciais de implementação de ações de diversidade e ainda têm receio de mapear esse público dentro da companhia e lidar com a temática. Algumas companhias, no entanto, avançaram e são exemplos para se inspirar.
A Basf, em parceria com a Transempregos, contrata pessoas transexuais. As vagas são destinadas para profissionais de diversas áreas como comunicação, vendas e produção. A empresa também se preocupa com a inclusão e assegura aspectos como o uso do nome social em crachá, folha de pagamento, entre outros canais, como determina a legislação brasileira.
Incluir as LGBTI+ na companhia vai além da responsabilidade social, é também uma estratégia de negócio importante para valorizar um público com forte poder econômico. Segundo a assessoria corporativa LGBT Capital, essa população gasta 30% mais do que o público cisgênero (que se identifica com a identidade de gênero de nascimento) e heterossexual. Só em 2018, eles movimentaram em torno de US$ 107 bilhões em consumo no Brasil.