Da Agência CNT Transporte Atual
Foto: Ilustração/UNIBUS RN
Volatilidade do insumo é um desafio para o setor de transporte
O diesel atingiu, em março, uma alta histórica desde a adoção, em 2016, da paridade internacional da Petrobras no preço do produto. Entre 23 de janeiro e 6 de março de 2021, o preço médio do diesel na bomba aumentou 14,9%; e o do diesel S10, 14,1%. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o litro do diesel atingiu R$ 4,230; e o do diesel S10, especificamente, R$ 4,297, no fim desse período. Diante do cenário atual, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) evidencia a necessidade de soluções para conter o risco de aumento acelerado e de volatilidade de preços desse importante insumo do transporte, do qual depende o bom funcionamento de toda a economia.
“É preciso adotar medidas estruturais capazes de estabilizar a trajetória de preços em um horizonte de tempo mais amplo”, ressalta o presidente da CNT, Vander Costa. Uma das alternativas bem avaliadas é: maior espaçamento entre reajustes da Petrobras.
Para a CNT, o aumento sofrido pelo principal combustível utilizado na movimentação do transporte rodoviário em todo o país justifica medidas de compensação fiscal para viabilizar a isenção dos impostos federais sobre o diesel, vigente por dois meses a partir de março.
A série histórica da evolução do preço médio de revenda do óleo diesel e do diesel S10 no Brasil (R$ por litro) – 15 de outubro de 2016 a 6 de março de 2021 – mostra que, após uma queda brusca observada no primeiro semestre de 2020, em virtude das restrições socioeconômicas impostas pela pandemia, os preços do diesel passaram a apresentar uma trajetória de alta, dividida em dois momentos: uma recomposição mais gradual ao longo do segundo semestre de 2020; e um crescimento mais acelerado em 2021, ultrapassando os níveis pré-pandemia. Dados da evolução da cotação internacional do petróleo e da evolução da taxa de câmbio evidenciam também o papel desses dois fatores na volatilidade do preço do diesel no Brasil.