Em diagnóstico da empresa, novo diretor da Carris se assusta com o grande número de funcionários afastados

Do Diário do Transporte
Foto: Otávio dos Reis/Ônibus Brasil/Ilustração

O novo diretor-presidente da Carris, Maurício Cunha, mal tomou posse de seu cargo à frente de uma das mais tradicionais empresas de transporte público do país, e já detectou alguns dos problemas.

A Carris, responsável pela operação de 22 linhas de ônibus – entre elas, todas as transversais -, mais 19 linhas do sistema de transportes de Porto Alegre, carrega mais de 110 mil passageiros por dia.

Além de uma difícil situação financeira, a empresa tem outros problemas relacionados ao seu corpo administrativo. Dos atuais 2 mil empregados, dentre os quais 596 motoristas e 596 cobradores, além de mecânicos, assistentes administrativos, agentes de manutenção e eletricistas, cerca de 750 deles estão afastados pelo INSS ou por causa da pandemia.

Este é um dos primeiros resultados de uma minuciosa radiografia da Carris feita em parceria com a Controladoria-Geral do Município iniciada na última semana, e revela em declaração neste sábado, 06 de fevereiro de 2021 ao site oficial da Prefeitura da capital Porto Alegre.

Solicitada pelo novo prefeito Sebastião Melo, o objetivo é detectar os pontos críticos da Carris e apontar o que precisa ser melhorado.

Maurício Cunha afirma que primeira semana já mostrou que há necessidade de equacionar o grande número de afastamentos de pessoal e reorganizar o pátio da empresa, “o que deverá impactar positivamente em diversos aspectos da operação”.

O desafio, agora, é chegar à conclusão sobre qual futuro deverá ser dado à Carris: privatizar a companhia ou manter a operação atual.

A Carris teve em 2020 um déficit de R$ 66 milhões, em parte decorrente de uma forte redução de quase 30 milhões de passageiros.

O novo diretor-presidente, no entanto, ao menos já sabe o que não é mais possível ser feito: aportar recursos do Tesouro Municipal para a empresa de transporte.

“Precisamos reorganizar a Carris e oferecer um serviço de melhor qualidade aos nossos usuários”, afirma.

Decidir depois o que será feito, privatizar ou reorganizar, dependerá primeiro em deixar a empresa em melhores condições operacionais.

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