Empresas de ônibus rodam na Zona Oeste do Rio com apenas 28% da frota determinada pela prefeitura

Do O Globo
Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

RIO – Um estudo desenvolvido pela Secretaria municipal de Transportes identificou a queda na circulação dos ônibus nas linhas comuns na cidade do Rio. E a situação mais crítica é na Zona Oeste: o levantamento da prefeitura encontrou 532 carros do Consórcio Santa Cruz em circulação. A quantidade de carros equivale a apenas 27,9% da frota determinada. Na comparação, quando incluídos os outros três consórcios (Internorte, Intersul e Transcarioca), a frota que rodava totalizava 3.020 ônibus, ou 40% da estipulada.

A escassez de ônibus disponíveis dificulta a vida dos passageiros.

— No BRT, de manhã, viajo imprensada, ao lado de um monte de gente sem máscara. À noite, quando volto, preciso de outro transporte para chegar em casa. Mas só tem van pirata. Embarco e seja o que Deus quiser — diz a auxiliar de enfermagem Margarida de Mello, de 47 anos, moradora de Guaratiba.

As empresas de ônibus alegam queda na demanda pelo serviço durante a pandemia do coronavírus como um dos problemas enfrentados pelos consórcios.

— A questão é que temos que discutir com a sociedade, o Ministério Público e a prefeitura qual a mobilidade urbana que queremos. Quanto isso vai custar e quem vai paga. Queremos discutir alternativas, revisão das regras do bilhete único ou a intensificação da fiscalização contra o transporte clandestino. Com a pandemia, houve uma queda de até 45% na demanda pelo serviço — argumenta o porta voz do sindicato das empresas de ônibus do Rio, Paulo Valente.

Procurada, a secretária municipal de Transportes, Maína Celidonio, não deu entrevistas sobre o diagnóstico. Em nota, a Secretaria de Transportes informou que o levantamento dos ônibus convencionais retratou uma situação identificada no período de 4 a 14 de janeiro. E que, depois desse prazo, linhas podem ter voltado a circular ou as frotas terem sido ampliadas. A assessoria informou que selecionou 40 linhas prioritárias para que o serviço fosse normalizado (20 até o fim de março e 20 até o fim de abril), com base em reclamações de passageiros.

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