Relatório mostra que 36% dos passageiros passaram a usar menos transporte público desde o início da pandemia

Do Diário do Transporte
Foto: Thiago Martins/Ilustração

A Moovit, empresa do grupo Intel e responsável por um dos aplicativos de mobilidade urbana mais utilizados do mundo, acaba de divulgar a nova edição do seu Relatório Global sobre Transporte Público.

O estudo foi feito a partir da análise de milhões de viagens, e traça um panorama sobre os deslocamentos em transporte público e micromobilidade por mais de 100 regiões metropolitanas do mundo.

As viagens realizadas ao longo de 2020 compreendem 104 cidades de 28 países, e além disso há também uma pesquisa de opinião com os usuários do aplicativo.

Formado por tabelas dinâmicas, o relatório permite analisar os resultados de regiões metropolitanas em diferentes países sob critérios como tempo de viagem, distâncias percorridas, número de baldeações e outros.

A nova edição permite a comparação dos dados atuais com os de 2019, portanto antes da pandemia da Covid-19.

CASO BRASILEIRO

Dez regiões metropolitanas brasileiras participam da pesquisa que integra o relatório: Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

Respondida por 13 mil usuários durante novembro de 2020, traz avaliações e indicações sobre o que pode funcionar melhor no transporte público e na micromobilidade (bicicletas e patinetes compartilhados, entre outros).

A partir do levantamento é possível inferir, por exemplo, que a cidade do Rio de Janeiro tem o terceiro maior tempo médio de viagem do mundo, com 67 minutos. Esta situação se repete pelo segundo ano seguido. No geral, 11% dos passageiros cariocas gastam mais de duas horas nos trajetos.

São Paulo é relatada como a segunda cidade no mundo com maior proporção de viagens compreendidas no intervalo de uma a duas horas – 35%.

Já os passageiros de Recife perdem tempo esperando o transporte público: 65% deles aguardam mais de 20 minutos em uma viagem. Salvador vem em seguida, com 58%. As duas capitais representam os dois maiores índices na categoria. Já São Paulo e Curitiba são as duas cidades onde os passageiros menos esperam pelo transporte comparativamente.

Já os passageiros de Curitiba fazem muitas baldeações. Segundo o relatório da Moovit, 34% das viagens na capital paranaense envolvem pelo menos três baldeações, índice que está acima de capitais europeias como Berlim e Paris.

A pesquisa mostrou ainda outro dado preocupante para o setor: 36% dos passageiros passaram a usar menos o transporte público desde o início da pandemia de Covid-19.

Ao mesmo tempo, a micromobilidade se popularizou em todas as cidades brasileiras do estudo, com o uso diário saltando de 8,5% para 14%.

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