Do Diário do Transporte
Foto: Kaio de Macedo/Ônibus Brasil/Ilustração
Em nota distribuída à imprensa no início da tarde deste sábado, 21 de janeiro d e2021, o BRT Rio informa que não tem dinheiro para pagar a segunda parcela do salário de janeiro aos funcionários, conforme prometido.
O Consórcio, que opera os corredores de ônibus rápidos na cidade do Rio de Janeiro, diz mais: está sem recursos até mesmo para a compra de insumos, como combustível.
Afirmando que o setor de transporte de passageiros atravessa a sua mais grave crise econômico-financeira no Rio de Janeiro, o BRT Rio afirma na nota que a Covid-19 “veio agravar e acelerar uma realidade que já vinha sendo impactada pelo congelamento da tarifa há dois anos, pela expansão do transporte clandestino por vans e do transporte por meio de aplicativos, pela concessão de gratuidades sem fonte de custeio, entre outros fatores”.
Apesar de afirmar que vem trabalhando para honrar com todos os seus compromissos, o BRT Rio afirma que a pandemia desestruturou o fluxo de caixa da empresa. O valor arrecadado com as passagens pagas pelos passageiros não tem sido suficiente para suportar os custos com a folha de pagamento, principais insumos e impostos.
Afirmando nos primeiros meses da pandemia o BRT Rio trabalhou com queda de até 75% no número de passageiros, atualmente esse índice está na faixa de 45% em relação ao período anterior à pandemia.
“A perda de receita entre março de 2020 e janeiro de 2021 atingiu R$ 200 milhões”, informa a nota do BRT Rio.
O Consórcio se queixa que até o momento não houve qualquer ajuda por parte dos governos municipal, estadual e federal para o enfrentamento dos impactos da pandemia.
“A proposta de pagar a segunda parcela do 13º. salário em cinco vezes, feita em dezembro passado e recusada pela assembleia da categoria, demonstra que as dificuldades financeiras do BRT Rio são recorrentes. Ao mesmo tempo, os recursos obtidos através de empréstimos bancários já se esgotaram”.
Por acordo assinado com o Sindicato dos Rodoviários do Rio de Janeiro, o BRT Rio adotará um sistema de rodízio entre seus colaboradores em fevereiro e março. Isso implicará na dispensa de até 10 dias e a equivalente redução salarial.
Vale lembrar que os três corredores do BRT Rio (Transoeste, Transcarioca e Transolímpica) foram paralisados no início da tarde do dia 30 de novembro de 2020, por causa de protestos de motoristas e cobradores de ônibus.
A principal queixa era o parcelamento do 13º salário em empresas como Transportes Barra e Caprichosa.