Do G1 RN
Foto: Arquivo (G1 RN)
Policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) prenderam no fim da manhã desta terça-feira (26) um morador de rua que eles acreditam ser Aluízio Farias Batista, o motorista de ônibus que atropelou e matou 19 pessoas em um carnaval de rua em Natal em 1984.
O caso, um dos mais emblemáticos da história da cidade, ficou conhecido como a “Tragédia do Baldo”. Aluízio Farias Batista estava foragido desde a época do crime.
Os policiais chegaram até o suspeito após uma denúncia anônima que dava conta de que ele atualmente era morador de rua e vivia no bairro Neópolis, na Zona Sul. O setor de inteligência do Bope investigou e efetuou a prisão nesta terça.
Segundo o delegado Frank Albuquerque, o homem, que estava sem identificação, inicialmente negou que fosse Aluízio e se disse chamar João. Em seguida, segundo o delegado, ele confessou.
“Ele confessou que é o Aluízio e que tinha se escondido em Recife e voltou em 2012. Ele voltou achando que certamente não seria mais punido, que ia escapar da sentença, de ser preso, mas ele foi condenado há pouco tempo. E agora, graças ao serviço do Bope, ele foi preso”, disse.
O homem foi encaminhado para o Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep), onde passará por exames para ser identificado. Há um mandado de prisão em aberto contra ele com validade até 2029.
“Ele está sem documentos e pra que a gente possa dar cumprimento ao mandado de prisão, ele está sendo encaminhado pro Itep e vai ser submetido a uma identificação criminal e cível. Em seguida, sendo confirmada a identidade, ele vai ser encaminhado para o sistema prisional”, explicou.
Aluízio Farias Batista foi condenado a 21 anos de reclusão por 19 homicídios em julgamento a revelia (em que não esteve presente) no ano de 2009.
O caso: O acidente aconteceu na madrugada do dia 25 de fevereiro de 1984. Aluízio Farias Batista era motorista de uma empresa de ônibus e trabalhava até tarde naquele dia. No trajeto, ele passou abaixo do Viaduto do Baldo, na Zona Leste da Cidade, no trecho da subida avenida Rio Branco, onde foliões curtiam o carnaval na rua.
O ônibus que Aluízio conduzia passou por cima da multidão e culminou com a morte de 19 pessoas, além de 12 feridos. A estimativa é de que 5 mil pessoas brincavam carnaval no bloco de rua.
Historiadores associam o episódio como um marco para os anos seguintes, em que a frequência dos blocos de rua na capital potiguar diminuíram muito.