Da Folha de Pernambuco
Foto: Rafael Fernandes (Gentilmente cedida ao UNIBUS RN)
Em dia de greve de ônibus no Recife, deflagrada pelo Sindicato dos Rodoviários desde a meia-noite desta terça-feira (22), a manhã para quem depende do transporte público alternou entre o transtorno e a calmaria. Para alguns passageiros, a paralisação ainda não foi sentida, já que conseguiram embarcar com tranquilidade para os seus destinos.
Outros, no entanto, relataram dificuldades e demora na chegada dos ônibus, forçando por vezes buscar outras vias para conseguir chegar ao local de trabalho. “Vamos dividir um carro de aplicativo porque já faz mais de uma hora e meia que estamos esperando aqui no terminal”, queixa-se Berenice Maria da Silva, que saiu do Cabo para o TI Joana Bezerra, de onde pretendia seguir para o trabalho na Encruzilhada.
Diferente de Berenice, passageiros abordados pela reportagem da Folha de Pernambuco na Conde da Boa Vista, centro da cidade, relataram facilidade ao embarcar em ônibus vindos de Olinda e de Jardim de São Paulo. “Não sei se tive sorte mas quando cheguei na parada do Jardim Atlântico o ônibus chegou e já haviam me dito que tinha acabado de passar outro”, conta Rodrigo Castro, que seguia para o trabalho na Madalena. Para este destino, no entanto, ele seguia aguardando o coletivo.
A mobilização dos rodoviários se dá quatro dias depois da suspensão da portaria 167/2020 do Grande Recife Consórcio de Transporte, que proibia o acúmulo de funções de motorista e cobrador nos ônibus.
E a Lei Municipal 18.761/2020, cujo projeto foi de autoria do vereador do Recife Ivan Morais, que motivou a Portaria foi considerada inconstitucional pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e também por entendimento da Procuradoria Geral do Estado (PGE) de que a lei não se aplica ao sistema metropolitano de transporte.
Já a Urbana-PE classificou a greve como ilegal e disse que tomaria as medidas cabíveis para evitar os transtornos.
Em nota o Grande Recife Consórcio de Transporte disse que notificou os sindicatos das empresas de ônibus e dos rodoviários para cumprimento da Lei de Greve. A manutenção de pelo menos 70% da frota atendendo a população no horário de pico e 50% fora pico, considerando que o transporte público é um serviço essencial, está entre as exigências que devem ser seguidas pelos rodoviários.
Metrô : A CBTU Recife divulgou, também, que enquanto durar a greve dos rodoviários o horário de pico do metrô será ampliado em uma hora, tanto pela manhã quanto no final do dia.
Assim, pela manhã o horário de pico se estende até às 9h30 e no final do dia até 21h.