Por Automotive Business
Foto: Divulgação (Volkswagen)
Diferente dos caminhões, o mercado de ônibus registra seu pior desempenho do acumulado janeiro-novembro desde 1999 em termos de produção: dados divulgados pela Anfavea na segunda-feira, 7, apontam que as fabricantes montaram 17,4 mil unidades nos onze meses completos de 2020, volume que ficou 34,3% abaixo do resultado anotado há um ano.
A projeção de vendas para o ano divulgada em outubro e mantida pela entidade que reúne as fabricantes indica o tamanho do tombo do setor: as montadoras esperam vender apenas 13,5 mil ônibus em 2020, o que se for confirmado, representará queda de 36%.
Faltando apenas um mês para terminar o ano, o segmento já acumula retração de 32,7%, com 12,8 mil chassis emplacados de janeiro a novembro.
Considerando o resultado isolado de novembro, foram 1,4 unidades emplacadas, queda de 3,8% com relação a outubro. A queda é ainda maior quando o total é comparado com novembro de 2019, resultando em retração de 16,6%. Tanto o desempenho de novembro quanto do acumulado de onze meses são os piores para ônibus desde 2017, quando o setor ainda enfrentava resquícios da última crise econômica, iniciada em meados de 2014.
“É o segmento que mais tem sofrido em função da pandemia. Ainda há neste volume uma participação relevante do Caminho da Escola, se não fosse o programa, o resultado seria pior”, comenta o vice-presidente da Anfavea, Marco Saltini.
Segundo o executivo, o segmento de ônibus é o mais difícil para prever qualquer volume em 2021, uma vez que é o mais impactado pelos efeitos da pandemia de coronavírus. Ele lembra que com o aumento do número de casos, as tentativas de governos e municípios em controlar a movimentação e restringir a circulação de pessoas devem pressionar ainda mais o segmento.
“É a maior incerteza que nós temos, não sabemos como o mercado de ônibus vai suportar. O segmento deve continuar bastante fragilizado pelo menos no início de 2021”, pondera Saltini.