Por UNIBUS RN
Foto: Pedro Tiago/RN Bus
Micro-ônibus estão sendo trocados pelos “micrões” nas linhas que atendem a região metropolitana. Frota reduzida das empresas tem sido fator determinante para a substituição
Cinco veículos do transporte opcional de diversas linhas da Grande Natal foram renovados nas últimas semanas. Os permissionários trocaram os micro-ônibus por ônibus maiores, os chamados “micrões”, que são veículos de grande porte. Além disso, ainda há pelo menos mais um ônibus que vai entrar em operação nas próximas semanas.
As renovações se destacam pela troca de micro-ônibus por veículos maiores, que agora estão cada vez mais presentes no sistema complementar que atua na região metropolitana. Desde 2017, o sistema de transporte alternativo do Estado passou a permitir veículos do tipo “micrão”, e tem sido a opção escolhida por diversos permissionários. Inicialmente, os veículos estavam presentes nas linhas rodoviárias de médias e longas distâncias, e só agora passa a figurar em maior número nas linhas da Grande Natal.
Em alguns casos, como na renovação ocorrida no alternativo da linha Tabatinga/Natal, o Volare W9 fabricado em 2012 que operava a linha 1.E2.37 foi substituído por um Mascarello Gran Midi 2011. O novo veículo é um ano mais velho que o anterior, porém, com uma configuração diferente, sendo um veículo de maior porte, o que pode resultar em um maior número de usuários transportados.
Os veículos que foram substituídos nas áreas Especial 1 (E1) e Especial 2 (E2) são os seguintes:
E1
Permissão 51 – Linha São Gonçalo/Natal Shopping/Campus (“R1”)
Marcopolo Senior Midi, chassi Mercedes-Benz OF 1418, ano 2012
Substitui um Marcopolo Senior 2005, chassi Mercedes-Benz LO915, ano 2010
E2
Permissão 7.1 – Linha São José de Mipibu/Natal
Caio Apache VIP II, chassi Volkswagen 15-190 EOD, ano 2010
Substitui um Micruss 2006, chassi Volkswagen 9-150 EOD, ano 2008
Permissão 9 – Linha Coophab/Centro – Via Av. Maria Lacerda
Neobus Spectrum City, chassi Volkswagen 15-190 EOD, ano 2011
Substitui um Comil Piá 2008, chassi Volkswagen 9-150 EOD, ano 2011
Permissão 36 – Linha Nova Parnamirim/Centro – via Av. Maria Lacerda/Coophab
Marcopolo Senior Midi, chassi Mercedes-Benz OF 1418, ano 2011
Substitui um Volare V8, ano 2009
Permissão 37 – Linha Tabatinga/Natal, via Pirangi Praia.
Mascarello GranMidi, chassi Agrale MA 15.0, ano 2011
Substitui um Volare W9 Fly, ano 2012
Também há um micrão do modelo “Senior Midi” que deverá atuar na linha Genipabu/Natal Shopping, substituindo o micro que atualmente opera na rota, mas ainda não foi cadastrado no sistema.
Os novos veículos se unem ao então único ônibus “grande” operando linhas opcionais na Grande Natal. Trata-se do ônibus de modelo Torino que atua na linha “R1” (São Gonçalo do Amarante/Natal Shopping, via Rodoviária), que tem a permissão de número 40, e chegou ao sistema complementar da Grande Natal em agosto de 2018. Durante os últimos dois anos, esse era o único ônibus de grande porte nas linhas opcionais da região metropolitana.
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A presença dos veículos de maior porte no sistema opcional contrasta com um conflito ocorrido em meados de 2010, quando permissionários do sistema intermunicipal metropolitano adquiriram os dois primeiros veículos do tipo “micrões” para a operação da linha PN (Parnamirim/Ponta Negra). A linha é dos trechos de maior demanda na grande Natal, e conta com apenas quatro veículos (dois dos opcionais, dois da empresa Trampolim da Vitória).
Para suprir a demanda do trecho e melhor atender aos usuários, os opcionais substituíram os dois micros da linha por ônibus do modelo Svelto Midi, montados em chassis Volkswagen 15-190 EOD. Os permissionários utilizaram o argumento de que os micrões continham 25 lugares – o que os caracterizava como alternativos, e o fato de o ônibus ter maior porte, serviria para melhor acomodar os usuários. O caso foi judicializado, mas os opcionais foram impedidos de circular com os veículos. Os micrões foram vendidos e substituídos por micros novamente.
Mais passageiros transportados
A possibilidade no aumento do número de passageiros transportados, já que agora atuam com um ônibus com maior capacidade de lotação, é cada vez mais forte no sistema opcional da grande Natal. Fontes ouvidas pelo Portal UNIBUS RN, tanto ligadas as empresas que atuam na Grande Natal, como aos opcionais, avaliam de modos diferentes a presença dos ônibus maiores no sistema complementar.
O destaque fica por conta do primeiro veículo que passou a integrar a frota, o “Torino” da linha “R-1”. Informações não oficiais dão conta que o número de passageiros transportados não cresceu – o que teria aumentado, na verdade, foram os custos do permissionário, já que passou a ter um ônibus de maior porte, demandando mais combustível e manutenção mais específica.
Um fator de destaque nesse caso, é que na maior parte de 2019 e no início de 2020, o veículo circulava apenas nos horários de pico. Nas demais viagens, o ônibus reserva da linha – um micro-ônibus do modelo Senior – era quem atuava no lugar do carro 40. Com a pandemia e a queda nas atividades comerciais, a demanda caiu ainda mais. Boatos deram conta até mesmo que o veículo estaria para ser vendido, e substituído novamente por um micro-ônibus.
Mas foi o retorno às atividades comerciais após a flexibilização determinada pelo Governo do Estado o divisor de águas que fez com que a demanda dos opcionais aumentasse. Na verdade, de acordo com fontes ligadas ao transporte opcional, os alternativos estão recebendo os usuários das empresas, que relutam em aumentar suas frotas.
“A demora dos ônibus da linha de Nova Parnamirim, por exemplo, está assustadora. O que mais parece é que as três empresas de lá (Via Sul, Santa Maria e Cidade das Dunas, operadoras da região de Cidade Verde) ‘lavaram as mãos’, e não têm qualquer interesse no aumento da frota, nem de modo gradual, mesmo já tendo demanda”, considera uma pessoa ligada ao sistema opcional que pediu para não se identificar, ouvida pelo Portal.
Questionado se os opcionais estariam se aproveitando do momento e atuando de modo a concorrer com as empresas, ele considera que não: “Hoje, nós podemos incluir veículos maiores. Além disso, nossas rotas são diferenciadas deles (das empresas), e em alguns casos, a bilhetagem é outra. Estamos seguindo as regras, e as pessoas estão vindo andar com a gente por que o ônibus da empresa simplesmente não passa”, afirma.