Do Diário de Pernambuco
Foto: Rafael Fernandes (Gentilmente cedida ao UNIBUS RN)
Motoristas e cobradores de ônibus que atuam na Região Metropolitana do Recife vão entrar em greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em assembleia realizada em dois turnos nesta terça-feira (17), e teve votação unânime favorável à paralisação a partir da 0h da próxima terça (24).
Entre as reivindicações da categoria, está o fim da dupla jornada – previsto na Lei 18.761/2020, que proíbe o acúmulo de funções. Outra reclamação dos profissionais são a revisão do valor do auxílio alimentação e plano de saúde, e o reajuste dos salários visando à equiparação dos pagamentos à média nacional.
Em outubro, os rodoviários realizaram um protesto na área central do Recife. Na ocasião, os profissionais pediram o fim da dupla jornada, assunto em pauta também da assembleia desta terça (17). A categoria vai comunicar oficialmente a decisão ao consórcio Grande Recife, que gerencia o transporte por ônibus na Região Metropolitana.
Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Recife e RMR, Aldo Lima, a aprovação da greve foi unânime entre os trabalhadores, do turno da tarde e da manhã.
“Queremos que todos os cobradores retornem aos seus postos de trabalho uma vez que já há uma lei que proíbe a dupla função na cidade do Recife. Queremos também que cancelem as demissões dos trabalhadores e ofereçam uma estabilidade de um ano para os trabalhadores”, disse Aldo Lima.
Para o sindicato da categoria dos rodoviários, o atendimento aos pedidos é a única forma para não haver a paralisação no dia 24/11. Eles afirmam que querem retomar as negociações.
Em nota, o Grande Recife informou que irá notificar o Sindicato dos Rodoviários e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE).”Se caso for confirmada a greve, se cumpra o que determina a legislação”, disse o comunicado.
O consórcio também informou que para amenizar os impactos da greve, priorizará a operação das linhas de maior demanda nos principais corredores urbanos, para minimizar o impacto para os usuários.
Já o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE) informou que desde julho tenta negociar com a categoria que se mostrou inflexível e que recusou as negociações dos aumentos reinvindicados, de 29% nos salários e de 79% no auxílio alimentação. A Urbana-PE também informou que continua aberta à negociação com a categoria dos rodoviários.
“O setor faz um apelo para que a greve anunciada seja suspensa, evitando novos transtornos à população e à economia local e prejuízos ao exercício da democracia, tendo em vista o segundo turno das eleições municipais em duas cidades da Região Metropolitana do Recife”, disse o comunicado oficial da Urbana-PE.