Da Agência Senado
Foto: Walky Martins
Foi adiada, mais uma vez, a votação do projeto que restabelece a obrigatoriedade de licitações para o transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros. O PL 3.819/2020 estava previsto para ser votado há duas semanas, mas foi retirado de pauta por falta de acordo. A matéria voltou à pauta na sessão remota desta quarta-feira (18) e teve sua apreciação adiada novamente, a pedido do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). A previsão é que o projeto seja votado na próxima quarta-feira (25).
Bezerra Coelho pediu mais tempo para construir um acordo sobre o texto final do projeto — que prevê o fim das autorizações para o caso do transporte interestadual e internacional de passageiros. Ele disse que o governo quer fazer uma sugestão para que a autorização seja permitida, desde que atendidos determinados requisitos técnicos.
O líder anunciou que vai agendar uma reunião para a próxima terça-feira (24), com a presença do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes Freitas, e do ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. O autor do projeto, senador Marcos Rogério (DEM-RO), e o relator, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), também vão participar do encontro.
— Esse encaminhamento me parece o melhor, para que a gente não divida o Plenário. As preocupações são legítimas, mas estamos procurando o consenso — pediu Bezerra Coelho.
O senador Antonio Anastasia (PSD-MG), que presidiu a sessão, disse que recebeu a manifestação de vários senadores em favor do adiamento. O senador Eduardo Braga (MDB-AM) também cobrou um acordo e disse entender que o entendimento está próximo. Na mesma linha, Jean Paul Prates (PT-RN) manifestou concordância com o adiamento da votação e classificou o possível acordo como “salutar”.
O relator, senador Acir Gurgacz, admitiu que é preciso “dar um rumo” ao projeto, ao lembrar que a votação da matéria já foi adiada várias vezes. Ele disse que é importante e possível construir um acordo em torno da proposta e cobrou mais investimentos do governo sobre todo o sistema de transporte público.
— Vamos discutir e achar um meio termo, sempre pensando no usuário. O que está acontecendo hoje não interessa ao usuário — afirmou o relator.