Scania confirma investimento e faz hora extra

Do Valor Econômico
Foto: Gustavo Menezes Alves/Ônibus Brasil – Ilustração

Depois de um período de desalento na indústria automobilística, pela crise provocada pela pandemia, o presidente da Scania na América Latina, Christopher Podgorski, incluiu duas boas notícia na palestra que preferiu durante um seminário, ontem.

Para atender ao aumento de encomendas, os operários da montadora sueca já começaram a fazer horas extras aos sábado e, além disso, foi confirmado o investimento de R$ 1,4 bilhão, para o período de 2021 a 2024.

O plano de investimentos já havia sido anunciado, mas a companhia aguardava melhor definição do cenário para confirmá-lo. Os recursos serão aplicados na modernização da fábrica em São Bernardo do Campo (SP) e no prosseguimento dos projetos de combustíveis alternativos.

Algumas montadoras têm comentado sobre falta de insumos para retomar a atividade. Ao mesmo tempo, se queixam da pressão nos custos, principalmente do aço, o que as tem levado a constantes reajustes de preços.

A produção de veículos no Brasil tende a aumentar entre 20% e 25% no ano que vem, segundo executivos ouvidos pela “Autodata”, publicação especializada no setor automotivo e organizadora do seminário, realizado em formato on-line, ontem. Segundo a projeção da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em 2020 serão produzidas no país 1,9 milhão de unidades.

O mercado brasileiro este ano também ficará em torno de 1,9 milhão de veículos. No seminário, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, previu uma expansão para até 2,4 milhões em 2021 num cenário de controle da pandemia e avanço na agenda das reformas.

Moraes alertou, por outro lado, sobre o risco das consequências negativas em caso de nova onda da pandemia e descontrole fiscal, com aumento de inflação e elevação de juros e do dólar. Segundo ele, o auxílio emergencial ajudou a ativar a economia, o que se refletiu positivamente no mercado de veículos em 2020.

“Mas não dá para imaginar que o governo vai ter fôlego para injetar mais R$ 600 bilhões na economia em 2021”, destacou Moraes.

Em relação aos problemas de manufatura, “o pior já passou”, segundo o presidente da Toyota do Brasil, Rafael Chang. Para 2021, o executivo prevê mercado 25% maior do que o deste ano. A Toyota está, no entanto, pronta, para acionar o que Chang chamou de “planos A, B e até X” caso a expectativa de recuperação não se confirme.

Diante da pressão dos custos em meio à crise, destacou o presidente da Toyota, a estratégia da montadora japonesa se volta a preservar a rentabilidade da operação. “Não temos o objetivo de aumentar a participação no mercado, mas sim encontrar o equilíbrio entre volume de vendas e nossa saúde financeira.”

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