Da Revista AutoData
Foto: Andreivny Ferreira (UNIBUS RN)
Ainda sem projeções oficiais para o mercado brasileiro em 2021, o que só deverá ser anunciado em janeiro, a Anfavea apresentou, por meio de seu presidente Luiz Carlos Moraes, suas visões sobre o ano que vem durante o Congresso AutoData Perspectivas 2021, realizado em formato online pela AutoData Editora da segunda-feira, 26, à sexta-feira, 30. O executivo apresentou duas hipóteses: uma mais otimista, na qual as oportunidades prevalecem sobre os riscos, e uma mais cautelosa, na qual os riscos podem prevalecer de alguma maneira.
Na primeira, segundo Moraes, é possível acreditar em vendas na casa de 2,3 milhões a 2,4 milhões de unidades, embora ele evite cravar algum número. Neste caso a pandemia seria superada com a chegada da vacina, controlando a crise da saúde, o que incentivaria o início da retomada da economia global. No Brasil as reformas avançam, em especial as tributária e administrativa, melhorando o ambiente de negócios.
O segundo cenário aponta para possíveis interferências na economia. Afinal a situação do Brasil ainda não é sólida. Descontrole fiscal, possível aumento da carga tributária, o mercado de trabalho mais frágil e a instabilidade política podem levar à queda do PIB, ao aumento da inflação, da taxa Selic e do câmbio. O fim do auxílio emergencial também preocupa Moraes.
Mas, ainda assim, o presidente da Anfavea descartou volume inferior a 2020: “No começo da pandemia fizemos um recorte de crises passadas para balizar as perspectivas para a atual. Podemos dizer que temos que olhar apenas para a última crise, de 2015 e 2016: com este recorte pode-se dizer que o mercado brasileiro tem uma nova base, de 2 milhões de unidades”.
No auge da pandemia, em cenário ainda de retomada das atividades industriais suspensas para tentar conter o avanço da covid-19, a Anfavea divulgou projeções que indicavam vendas de 1,7 milhão de veículos em 2020. Agora, correções feitas, apontam 1 milhão 925 mil veículos – e o presidente da entidade admite que pode ser “um pouco acima”.
Moraes falou, também, que o desenvolvimento do mercado em 2021 não será linear. Alguns segmentos, como caminhões extrapesados, comerciais leves e máquinas agrícolas, são ajudados pelo desempenho do agronegócio e apontam maior potencial. Em ônibus o cenário é mais complicado, pois o segmento foi muito afetado pela pandemia. Já no caso de automóveis dependerá da economia brasileira e da confiança do consumidor.