Greve dos Rodoviários: Retomada da paralisação chega ao quarto dia, sem avanços nas negociações

Por UNIBUS RN
Foto: Gentilmente cedida por Josenilson Rodrigues (Busão de Natal)

O transtorno continua para o natalense que precisa usar o transporte por ônibus. A segunda-feira foi mais um dia de caos por toda a cidade, refletido no trânsito e nas paradas de ônibus. O sufoco continua em Natal, causado pelo quarto dia da retomada da greve dos trabalhadores das empresas de ônibus, organizada pelo SINTRO / RN (Sindicato que representa os rodoviários), que afeta as linhas urbanas da capital potiguar – greve essa que segue sem previsão para acabar.

O movimento, retomado à 0h da última sexta-feira, 23, tem como pauta de reivindicações a manutenção da data-base da categoria, vencida em 1º de maio, a disponibilização dos benefícios da convenção coletiva da categoria, como o pagamento de vale-alimentação e o plano de saúde, o pagamento correto de verbas rescisórias para rodoviários demitidos e o cumprimento de medidas judiciais que anularam demissões recentes.

Na sua cobertura da paralisação, o UNIBUS RN faz nesta matéria um balanço do que ocorreu no quarto dia da retomada da greve dos rodoviários.

+ Leia mais: Primeiro dia de retomada do movimento, juntamente com paralisação de permissionários, trazem caos ao natalense

Final de semana: Antes de falar das movimentações de hoje da greve, o UNIBUS RN traz um breve panorama do último final de semana, no qual a paralisação prosseguiu.

Tanto no sábado quanto no domingo, o natalense que precisou sair de casa passou por um grande sufoco. Se normalmente são dias com menor oferta de ônibus nas ruas, em tempos de greve a oferta diminuiu ainda mais.

A principal movimentação ocorreu por parte das empresas de ônibus. Com a menor oferta de ônibus aos domingos, bastante afetada pela paralisação dos rodoviários, a empresa Reunidas operou emergencialmente a extensão da linha N-29 (Nova Natal / Campus – Via Nova Descoberta) até o bairro de Ponta Negra, na Zona Sul da capital potiguar. Apesar de não ter sido autorizada pela Prefeitura do Natal, a extensão do itinerário foi praticada para melhorar a oferta de ônibus para a principal praia de Natal.

+ Leia mais: Greve dos rodoviários motivou alteração de itinerário da linha N-29 até Ponta Negra

Balanço do dia: Nesta segunda-feira, foram contabilizados menos ônibus circulando na capital potiguar.

Até às 17h, de acordo com o SETURN, sindicato que representa as empresas de ônibus, foi contabilizada a saída de 182 ônibus das garagens, o que representa 32% da frota apta a circular em Natal.

Já de acordo com o SINTRO / RN, sindicato que representa motoristas e cobradores e organizador da greve, foram disponibilizados 171 ônibus nas ruas natalenses, o que representa 30% da frota das 6 empresas operadoras das linhas municipais.

O UNIBUS RN solicitou à STTU, Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, o envio dos números que contabilizou da frota circulante nesta segunda-feira. Porém, até o horário limite para a contagem dos veículos que estavam nas ruas, não recebemos, por parte da sua assessoria de imprensa, a contagem dos ônibus em circulação feita pela autarquia.

Vale lembrar que uma determinação da desembargadora federal Maria do Perpétuo Socorro Wanderley de Castro, Vice-Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região, prevê que os grevistas disponibilizem 40% dos ônibus circulando – o percentual sobe para 50% no caso de veículos que tenham cobradores. Levando em conta o percentual de 40% determinado judicialmente, deveriam ter circulado nesta segunda-feira 228 ônibus pelas ruas e avenidas da capital potiguar.

Nenhum avanço nas negociações: Tanto trabalhadores quanto empresários não indicaram ao UNIBUS RN algum avanço nas negociações durante a segunda-feira. Com isso, o impasse permaneceu ao longo de toda a segunda-feira e não trouxe alguma perspectiva da finalização da greve.

Na sexta-feira, falas contundentes dos lados envolvidos marcaram o reinício da greve. Enquanto os empresários chamaram o movimento grevista de “intransigente” e indicaram que a paralisação teria “cunho político”, os rodoviários classificam a paralisação como uma “greve social” e colocam como “intransigentes” as atitudes das empresas, que não estariam dispostas a negociar.

Nova audiência no TRT: A internet será palco de mais uma rodada de negociações entre trabalhadores e empresas. Um despacho da desembargadora responsável pelo julgamento do dissídio coletivo da categoria, que tramita no TRT / RN, marcou uma nova audiência de conciliação entre as partes.

O despacho, assinado pela desembargadora federal Maria do Perpétuo Socorro Wanderley de Castro, prevê uma audiência de conciliação nesta terça-feira, 27, a partir das 9:00, onde empresários, trabalhadores e representantes do Ministério Público do Trabalho cheguem a um acordo para o atendimento da pauta de reivindicações. A audiência, de acordo com o documento anexado ao processo, será feita através de videoconferência, com acesso limitado aos convocados no despacho.

O despacho prevê, ainda, que o SINTRO envie explicações sobre o não cumprimento do percentual mínimo de frota circulando, determinado pela desembargadora que é responsável pelo julgamento do dissídio.

Em nota enviada ao UNIBUS RN, o SINTRO / RN esclareceu que a greve terá continuidade nesta terça-feira e que a continuidade da paralisação dependerá do resultado da audiência. “A greve está mantida até termos uma definição do nosso vale alimentação e demais pontos da data base”, diz um trecho da nota.

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