Do Estadão
Foto: Júnior Mendes/Ilustração
As vendas de passagens de ônibus intermunicipais devem voltar a crescer em setembro. A informação é da Associação Brasileira de Transportes Terrestres e de Passageiros (Abrati). Por causa do avanço do novo coronavírus e o isolamento social, muita gente deixou de viajar. Desde a decretação da pandemia, em março, o setor registrou recuo médio de 70%. Maio foi o mês mais crítico, com queda de 95% nas vendas de passagens.
Antes da pandemia, as empresas do setor no Brasil transportavam 4,3 milhões de passageiros por mês. Nos números médios atuais representam apenas 30% desse total. Com o relaxamento do isolamento social e a reabertura de várias cidades, a expectativa é que as pessoas voltem a utilizar ônibus. Inclusive em viagens de turismo.
Medidas para atrair passageiros de ônibus
Conselheira da Abrati, Letícia Pineschi lista algumas ações que devem contribuir com a retomada. É o caso da redução de preços adotada por várias empresas. No site da Viação Cometa, por exemplo, há passagens para alguns destinos com desconto de até 50% em relação aos valores praticados antes do início da pandemia.
Para estimular os passageiros a voltarem, as empresas estão adotando várias medidas voltadas à segurança e saúde. “Elas vão além dos protocolos que exigem medição da temperatura e distribuição de álcool em gel”, diz Leticia.
Segundo a executiva, o passageiro viajará em ônibus com poltronas revestidas de um o têxtil anti-viral. O Estradão já havia noticiado o lançamento de um tecido capaz de inativar o novo coronavírus em ônibus de passageiros. Leia aqui. A tecnologia, que inclui os de prata, foi desenvolvida pela empresa francesa Rhodia.
Os ônibus também, estão sendo equipados com o mesmo filtro de ar-condicionado existente em aviões. “Eles têm menos potencial para transmissão de vírus”, arma Letícia. Trata-se do mesmo tipo de equipamento utilizado em centros cirúrgicos e UTIs de hospitais. No caso das aeronaves, o ar é constantemente renovado.
Transporte clandestino ganha força na pandemia
Caiu a venda de passagens para ônibus regulares, mas aumentou a circulação de ônibus e vans clandestinos durante a pandemia. Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), de março a julho, mais de 560 veículos irregulares foram apreendidos. Com isso, cerca de 17 mil passageiros foram impactados.
Leticia alerta para os riscos de utilizar esse tipo de transporte. Um deles é a falta de protocolos para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. “Há também os relacionados à segurança, por causa de acidentes ligados à falta de manutenção adequada do veículo.”