Por O Estado de SP
Foto: Ilustração
Quando falamos de inovação em mobilidade, é natural pensarmos, pelos diversos exemplos que já fazem parte do nosso cotidiano, em transporte particular. Mas e para o transporte público, usado massivamente pela população, há startups pensando em soluções para resolver seus inúmeros desafios?
Foi para responder a essa pergunta e para fomentar um ciclo de inovação também nesse segmento que a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) lançou, há um ano, o Desafio do Coletivo.
“Nosso objetivo é receber novos projetos que promovam mudanças positivas na mobilidade urbana sustentável. Lá atrás, quando lançamos o desafio, sabíamos que havia empresas desenvolvendo melhorias para o transporte coletivo, mas acabamos nos surpreendendo com o que descobrimos”, conta André Dantas, diretor técnico da NTU.
PROJETOS CRIATIVOS
Dantas diz que, na primeira edição, em 2019, foram inscritas 36 propostas, ideias em diferentes estágios de desenvolvimento. “Eram projetos muito criativos, que cobriam várias frentes da mobilidade urbana coletiva. Entre elas, recebemos algumas joias raras, como a ArejaBus, de Salvador (BA), e a On.I-Bus, de Brasília (DF), duas empresas das seis finalistas”, explica ele.
Para este II Desafio do Coletivo, cujas inscrições estão abertas até 17 de maio, a expectativa é grande. “Estamos mais preparados que na primeira edição para divulgar e apoiar as startups. Nosso objetivo é encontrar os talentos e colocá-los em uma vitrine para que sejam conhecidos por todo o nosso ecossistema e, sobretudo, para que suas ideias sejam apoiadas e viabilizadas”, explica Dantas.
Não é à toa que os finalistas fazem suas apresentações no Seminário Nacional NTU, maior evento do ano da associação, que, neste ano, está programado para acontecer em agosto e que tem participação de empresas de ônibus, montadoras, laboratórios de inovação, empresários, entre outros públicos.
DESTAQUES DA PRIMEIRA EDIÇÃO DO DESAFIO DO COLETIVO
ArejaBus e On.I-Bus são startups finalistas do último desafio, cujas ideias estão em estágio mais avançado de desenvolvimento. A On.I-Bus, por exemplo, vai começar a operar um módulo em Vitória (ES).
ArejaBus A ArejaBus, uma empresa de Salvador (BA) e uma das vencedoras da primeira edição do desafio, desenvolveu um sistema de ventilação que utiliza a própria movimentação do ônibus para promover conforto térmico aos usuários, além de melhorar a qualidade do ar. Ele é formado por um dispositivo de exaustão, janelas venezianas de encaixar e um sistema embarcado que aciona exaustores motorizados quando o veículo está parado. “Seu custo é dez vezes inferior ao do ar-condicionado tradicional. A empresa está em fase de pré-incubação e o sistema já foi patenteado”, afirma o diretor técnico da NTU.
On.I-Bus Desenvolvido por uma startup de Brasília (DF), trata-se de uma plataforma de mobilidade coletiva sob demanda. O passageiro escolhe os pontos de embarque/ desembarque, dentre os que estão disponíveis, e o horário em que pretende utilizar o serviço, e recebe uma notificação da proximidade do veículo e do local indicado para embarque. “Esse serviço faz muito sentido nos locais em que não possuem demanda suficiente para justificar uma linha de ônibus regular, por exemplo”, diz Dantas. De acordo com ele, a startup já está sendo apoiada por uma empresa de Vitória (ES) e, neste momento de enfrentamento ao coronavírus, está desenvolvendo um módulo voltado para as secretarias de Saúde da capital capixaba.