Crise tem se agravado nas empresas de ônibus intermunicipais do RN

Por UNIBUS RN
Fotos: Acervo UNIBUS RN

A crise tem se agravado nas empresas de transporte intermunicipal de passageiros do Rio Grande do Norte há décadas. De 2000 até hoje, seis empresas que atuavam no Estado (Queiroz e Melo, Oeste, Brandão, Unidos, São Cristóvão, TranSul) faliram, deixando de operar cerca de 90 linhas que ligavam cidades do interior à Natal. Nem todas as linhas foram reaproveitadas pelas outras viações, e diversas cidades seguem sem o transporte regulamentado.

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O problema é histórico, e ainda mais antigo. De acordo com o Acervo histórico do Portal UNIBUS RN, desde 1995 já há registros de fiscalizações do DER – anteriormente denominado “STOP” (Secretaria de Transportes e Obras Públicas) – apreendendo condutores que realizavam o transporte clandestino no Estado.

Jornal Tribuna do Norte – Acervo histórico UNIBUS RN

Matéria do jornal Tribuna do Norte de julho daquele ano indica que a estimativa do órgão era que havia cerca de 280 carros atuando ilegalmente no RN. Cinco anos depois, em 2000, a estimativa era de mais de 400 clandestinos. Ao longo da década de 2000, o número dos clandestinos aumentou consideravelmente, resultando na falência e forte endividamento das empresas.

Em 2009, a crise chegou ao seu auge, com a desativação de cerca de 60 linhas de ônibus pelas empresas operadoras. O então presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Rio Grande do Norte (Setrans-RN), João Carlos Queiroz, chegou a afirmar, também em entrevista ao jornal Tribuna do Norte que não havia saída para as empresas de ônibus do RN: “Não temos como concorrer com um serviço desregulamentado. Não há como manter um equilíbrio financeiro, se os passageiros são levados pela lotação. Não há outra saída, há não ser desistir”, afirmou.

João Carlos Queiroz inclusive era o responsável por uma das empresas que desistiu do transporte intermunicipal de longa distância, a Expresso Oceano. Vendida em 2011 juntamente a empresa Transportes Guanabara – que atua no transporte urbano de Natal – para o grupo da empresa Metropolitana, de Pernambuco, a Oceano optou por concentrar suas operações no transporte metropolitano, realizando uma permuta com a Riograndense, que ficou com as linhas de longa distância que a Oceano operava.

Expresso Oceano deixou linhas de longa distância, e atualmente se concentra na Grande Natal com frota urbana. Foto: Acervo/UNIBUS RN

Para dar conta da operação – e da concorrência desleal – as empresas intermunicipais passaram a terceirizar parte das suas operações, contando com veículos “a serviço” e atuando em formato de cooperativas. A operação nesse formato, porém, não fez cessar a grande quantidade de veículos antigos que ainda estão em operação nas empresas – reflexo das dificuldades enfrentadas pela concorrência dos clandestinos.

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