Do G1 RJ
Foto: Klaus Hausmann (Pixabay)
Motoristas e cobradores dos ônibus que circulam na Baixada Fluminense estão trabalhando sem máscaras para se proteger contra a Covid-19.
O uso de máscaras passou a ser recomendado pelo governo estadual como reforço para ajudar a conter o avanço do novo coronavírus, assim como o isolamento social.
Apesar de mexer com dinheiro, de ter contato com inúmeros passageiros ao longo do dia, eles não recebem os equipamentos básicos de proteção, como as máscaras e álcool em gel.
Na manhã desta quinta-feira (16), em uma hora, vários profissionais foram vistos sem máscaras em Belford Roxo. Apenas um motorista estava protegido.
Vídeos encaminhados à produção do RJ1 mostram situação parecida em Duque de Caxias.
Os próprios profissionais, que preferiram não se identificar por medo de represálias, denunciam a falta de Equipamentos de Proteção Individual.
“Eu acho uma covardia isso que eles fazem com os motoristas rodoviários. Eu sou motorista rodoviário urbano, entendeu, e não estou recebendo nenhum auxílio da empresa em relação a álcool gel e máscara. Estamos sendo abandonados e o risco de obtermos uma contaminação aí e levarmos até mesmo pros nossos próprios parentes em casa”, disse um deles.
“Equipamento de proteção? Nenhum. Sem máscara, sem luva, sem proteção nenhuma”, denuncia também um outro.
A falta de higienização dos veículos é outra preocupação dos motoristas.
“Como tem muitos carros parados na garagem, né, existem situações até de encontrar animais dentro do carro. Esses dias um amigo foi pegar um carro na garagem e tinha um rato dentro do veículo”.
Para tentar ajudar na proteção a esses profissionais, uma ex-motorista está confeccionando máscaras de tecido para doar aos motoristas, cobradores e fiscais.
“Eu tô disponibilizando um pouquinho do meu tempo, do meu horário”, diz Carla Farias, que conta com a ajuda de outras voluntárias.
O objetivo é conseguir entregar 100 unidades até sexta-feira (17).
As máscaras têm dupla face, elástico e são laváveis. Elas podem fazer outras, mas para isso precisam de ajuda.
“A gente precisa de tecido, o tecido mais barato que foi encomendado pelo Ministério da Saúde e é fácil encontrar é TNT. A gramatura tem que ser acima de 60 ou 80. A gente dobra e fica com duas… dá mais proteção. TNT, elástico e linha”, explica Carla.
Sindicato, Federação e empresas de ônibus: O sindicato das empresas de ônibus disse que vai ter uma reunião nesta tarde com o Governo do Estado para tratar de ajuda financeira para compra dos EPIs para os funcionários.
A Federação de Transporte Rodoviário (Fetranspor) informou que orientou as empresas a passarem informações aos funcionários e que os empresários estão com dificuldades em comprar os equipamentos de proteção. Além de estarem com problemas financeiros por conta da redução das atividades.
As empresas Vera Cruz, Trel, Flores, Machado e Santo Antônio informaram que distribuem kits de proteção com apoio do Sest e Senat, nos terminais de Duque de Caxias.