Por UNIBUS RN
Fotos: Reprodução/InterTV
A manhã foi de protestos por parte dos rodoviários do Rio Grande do Norte contra as demissões ocorridas nas viações nesta quarta-feira, dia 01 de abril. Funcionários das empresas Guanabara, Via Sul e Trampolim da Vitória impediram a saída dos ônibus nas primeiras horas da manhã, atrasando o início do funcionamento do transporte – que já opera em horário reduzido. Os ônibus só foram liberados após acordo firmado entre os empresários e o sindicato.
O impedimento da saída dos ônibus na porta da garagem afetou as empresas que atuam tanto em Natal, quanto na região metropolitana, e segundo o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Transportadores Rodoviários do Rio Grande do Norte (Sintro-RN), Júnior Rodoviário, a manifestação teve o propósito de impedir novas demissões. Segundo o Sintro, as empresas Guanabara e Via Sul se comprometeram a não realizar novas demissões, mas a Trampolim da Vitória deverá manter o desligamento dos funcionários.
“Conversamos e concordaram de não haver novas demissões e vamos conversar sobre as que já ocorreram, ver a possibilidade de suspensão de contrato, algo nesse sentido”, afirmou Júnior ao jornal Tribuna do Norte.
As demissões dos funcionários das empresas de ônibus começaram a ocorrer nesta quarta-feira, dia 01 de abril. A previsão da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste (FETRONOR), entidade que representa as empresas de ônibus é que 850 funcionários – incluindo motoristas, cobradores, técnicos de manutenção, agentes de fiscalização e apoio administrativo – das empresas de Natal e do sistema intermunicipal, sejam demitidos.
O motivo das demissões é a razão da crise provocada pelo coronavírus no Estado. As empresas alegam diminuição de até 90% no número de passageiros transportados. Sem o faturamento, na alegação das viações, não há condições de manter os funcionários. Na Trampolim da Vitória, maior empresa da região metropolitana de Natal, a queda de receitas chegou a 75% em março.
A FETRONOR solicitou auxílio financeiro por meio de ofício ao Prefeito de Natal, Álvaro Dias, ao chefe do Gabinete Civil do Estado, Raimundo Alves, e ao presidente do Departamento de Estradas e Rodagens do RN, Manoel Marques. No pedido, a Federação alerta que os subsídios são necessários para que as empresas de ônibus continuem funcionando e para que mais funcionários não sejam demitidos. Até o momento, não há resposta do poder público às viações.
Ônibus lotados
Devido os protestos que atrasaram a saída dos ônibus das garagens, os ônibus circularam lotados na grande Natal – descumprindo a recomendação para que sejam transportados apenas passageiros sentados. A frota de Natal já opera de modo reduzido, com pouco mais de 30% da frota e parte das linhas operando. Na região metropolitana, cerca de 50% da frota está em operação. Com o impedimento da circulação dos ônibus, os ônibus circularam lotados, com grande parte dos passageiros em pé, em contato físico com outras pessoas. A situação não é recomendada durante o enfrentamento à pandemia do coronavírus.