Obras do gancho de Igapó e bloqueio no tráfego preocupam lojistas

Por Tribuna do Norte
Foto: Adriano Abreu/Tribuna do Norte

Motoristas e pedestres que circulam pela região do Gancho de Igapó, na zona Norte de Natal, enfrentam transtornos e buscam se adaptar às mudanças no fluxo de trânsito da região, iniciadas na sexta-feira, 6. As alterações foram feitas para a execução do projeto de mobilidade aguardado há anos pelos moradores do local. O projeto prevê a construção de um viaduto e um túnel para melhorar o tráfego de veículos, reduzir os congestionamentos e facilitar o acesso ao Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante.

Ao todo, o projeto deve demorar ao menos dois anos para ser concluído, de acordo com as estimativas do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit). Até lá, comerciantes do local estudam como equilibrar os negócios com a redução no fluxo de pessoas na região, e os moradores locais buscam alternativas para se locomover e fugir dos congestionamentos.

As interdições parciais começam já no viaduto que dá acesso à avenida Tomaz Landim, onde uma placa indica que apenas carros oficiais e transportes coletivos estão autorizados a cruzar o viaduto, no sentido do Aeroporto. A região foi interditada para a construção do viaduto de Igapó, que está previsto para ser concluído em 12 meses. Na manhã deste sábado, 7, no entanto, apesar da placa de interdição permanecer no local, alguns veículos estavam trafegando pelo viaduto, enquanto outros motoristas buscaram rotas alternativas.

Nas ruas Henrique Dias e Ponte Nova, o fluxo de veículos passa a acontecer de forma binária, sentido único de quem trafega em direção ao Aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Já as ruas Vivaldo Pereira e Santa Luzia passam também a operar de forma binária, para quem se desloca no sentido do Centro de Natal.

Ao longo da manhã do sábado, pequenos congestionamentos se formaram em alguns trechos das avenidas que passaram a comportar o maior fluxo de veículos, especialmente na altura do semáforo do Nordestão de Igapó. Nas vias alternativas, agentes da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) orientavam alguns dos motoristas sobre as rotas possíveis.

O comerciante Jheckdyson Botelho, de 21 anos, que trabalha em uma loja de instrumentos musicais em frente à rotatória que está parcialmente interditada em frente ao Gancho, relata que o tempo gasto para se deslocar ao trabalho diariamente, que costumava variar entre 8 e 10 minutos, dobrou. “Agora demoro cerca de 20 minutos para chegar ao trabalho, isso porque moro perto. Acaba sendo difícil fugir do congestionamento, e além disso tem o gasto extra de combustível”, relata.

Fluxo de clientes: De acordo com ele, há preocupação entre os lojistas da área a respeito dos prejuízos que os negócios podem ter durante as obras. “Está prevista para durar dois anos, então até lá não sabemos como vai ficar o movimento de pessoas. Já estamos sentido um impacto desde o fechamento da rua”, afirma.

Charleton Rosemond, comerciante que há 30 anos possui uma loja de customização de motocicletas no bairro de Parque dos Coqueiros, conta que também está tendo que lidar com o receio dos clientes em passar pelas áreas interditadas até chegar ao local. “Muitas pessoas que vêm da zona Sul para cá acabam ficando receosas de ficarem presas em grandes congestionamentos, e acabam procurando alternativas mais próximas. É complicado, porque é um negócio antigo, e já estamos sentindo o impacto”, afirma.

Apesar de receoso quanto à possível perda de clientes, Charleton afirma que as obras são necessárias, mas questiona a eficácia do projeto que não chega até um dos principais pontos de congestionamento da zona Norte, nas proximidades do Bradesco, sentido Centro de Natal. “Me preocupa que eles estejam olhando para as coisas de forma isolada, fazendo um pedaço aqui, outro ali. Não adianta muito as pessoas passarem mais rápido nessa área do Gancho se vão ficar presas mais na frente, no sinal anterior à Ponte Velha”, diz.

Durante os três primeiros dias, os trabalhadores das obras do Gancho relatam que estão focando em dois itens: os desvios de fluxo de trânsito e a parte de drenagem, que já teve início. Apenas depois que a etapa da drenagem for concluída, é que terão início as obras relativas ao viaduto e ao túnel, totalizando cerca de 2,3 km de intervenções.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.