SÃO PAULO – A Viação Itapemirim que segue no plano de recuperação judicial desde março de 2016, parece não estar tão bem como muitos imaginam. De acordo a publicação da Folha de São Paulo, desta sexta-feira (21), a empresa Administradora nomeada pela Justiça diz que a situação atual do grupo é grave.
O atual presidente da Itapemirim, Sidnei Piva de Jesus, foi um dos membros da comitiva que acompanhou o governador de São Paulo, João Doria – PSDB, ao Oriente Médio, na segunda semana de fevereiro, e se demostrou bastante otimista na busca por investimentos, segundo a publicação.
A missão empresarial aos Emirados Árabes Unidos, fechou negócio movimentando cerca de US$ 3,2 bilhões, equivalente a R$ 14 bilhões, para investimentos em empresas paulistas nos próximos 12 meses.
Dentre todos os empresário, Piva anunciou que pretende criar uma nova companhia aérea, e que teria um aporte de R$ 2 bilhões para tocar o novo negócio. Na época, o empresário, porém, não de detalhes concretos sobre os possíveis investidores que serão parceiros no novo negócio. O presidente da Itapemirim, chegou anunciar ainda que teria encomendadas 35 aeronaves da Bombardier com dois tipos de configuração: 15 com capacidade para cerca de 80 passageiros e o restante para cerca de 100, como informou a Folha de São Paulo.
Em meio a extrema confiança do empresário em poder um dia explorar a malha aérea, o ramo rodoviário, segue em situação delicada, como informou o relatório de uma administradora nomeada pela Justiça para acompanhar suas atividades, como informou o jornal.
Ainda segundo a publicação, a administradora ressalta no texto que, ao recorrer ao mecanismo da recuperação, o grupo — que inclui as viações Itapemirim e Caiçara “Kaissara” e outras cinco empresas — conseguiu a suspensão das ações de cobrança de suas dívidas, à época estimadas em cerca de R$ 300 milhões.
De acordo com o jornal, o déficit da empresa em 2018, foi de R$ 176 milhões. Já no período de 2019, a Viação Itapemirim teve prejuízo até novembro de R$ 117 milhões. A publicação ainda menciona uma dívida tributária de mais de R$ 2,2 bilhões, através de dados apontados pela administradora no relatório encaminhado à Justiça.
A Folha de São Paulo aponta ainda que a Viação Itapemirim chegou ter 1.700 ônibus, atuando em 22 Estados, mais que atualmente sua frota é de apenas 573 veículos, sendo que 303, estariam fora de serviço e operação.
Governo de Minas Gerais entra na Justiça contra a Itapemirim
De acordo com a reportagem do jornal, o governo de Minas Gerais, acusa a Viação Itapemirim de cobrar seus clientes o imposto do ICMS, que é embutido nos bilhetes de passagem, porém, não estaria repassando aos cofres públicos.
“A empresa usa o valor do imposto como capital de giro”, afirma o estado em petição apresentada ao juiz João de Oliveira Rodrigues Filho na qual pede que, por conta disso, a recuperação judicial seja transformada em falência. A Itapemirim ainda não apresentou sua defesa, nos autos.
A Viação Itapemirim informou que o grupo está em dia com o processo de recuperação judicial. Diz que imóveis foram leiloados para viabilizar o pagamento das dívidas trabalhistas, situação prevista para ocorrer em meados de maio.
Afirma ainda que a dívida tributária é bem menor do que a descrita pela administradora judicial. “Os valores são próximos a R$ 1 bilhão e estão sendo discutidos com os órgãos competentes nos estados”, diz. “A empresa também tem créditos de prejuízos fiscais, no mesmo patamar de valores, que serão utilizados para o pagamento.”
A Itapemirim diz estar “obtendo ótimos resultados com aumento significativo de vendas”. “O faturamento anual da Itapemirim está em R$ 400 milhões, e a dívida, em R$ 160 milhões.”
Com informações da Viação Itapemirim e Folha de São Paulo