O sistema de transporte urbano de Natal já passou por pelo
menos duas significativas mudanças no sistema de numeração das linhas. Nas
duas, houve uma tentativa de organizar o sistema a partir da reforma da
numeração dos códigos, com conceitos diferentes. O Especial UNIBUS RN inicia
hoje a apresentação das mudanças ocorridas nas numerações das linhas urbanas.
menos duas significativas mudanças no sistema de numeração das linhas. Nas
duas, houve uma tentativa de organizar o sistema a partir da reforma da
numeração dos códigos, com conceitos diferentes. O Especial UNIBUS RN inicia
hoje a apresentação das mudanças ocorridas nas numerações das linhas urbanas.
Com o desenvolvimento do setor de transporte da capital ocorrido
ao longo dos anos 70, Natal ganhou, provavelmente naquela década, a possível
primeira sequência na numeração das linhas. Em 1978, Natal contava com 25
linhas urbanas, divididas entre as quatro empresas operadoras da capital:
Empresa Barros, Transportes Guanabara, TransNatal e Transportes Reis Magos.
ao longo dos anos 70, Natal ganhou, provavelmente naquela década, a possível
primeira sequência na numeração das linhas. Em 1978, Natal contava com 25
linhas urbanas, divididas entre as quatro empresas operadoras da capital:
Empresa Barros, Transportes Guanabara, TransNatal e Transportes Reis Magos.
Os códigos iniciavam em 100 e iam até 130, com algumas numerações
vazias e outras com o sub-ítem “A”. As linhas ligavam a região
central de Natal aos bairros da zona sul e oeste, além de linhas entre a
própria região central. Para a zona norte – atualmente a mais populosa da
capital – apenas duas linhas faziam a ligação: 123 – Rocas/Redinha, e 129 –
Rocas/Potengi/Soledade, ambas operadas pela empresa Guanabara – que permanece
com a ligação entre a maior parte da zona norte e os demais bairros da capital.
vazias e outras com o sub-ítem “A”. As linhas ligavam a região
central de Natal aos bairros da zona sul e oeste, além de linhas entre a
própria região central. Para a zona norte – atualmente a mais populosa da
capital – apenas duas linhas faziam a ligação: 123 – Rocas/Redinha, e 129 –
Rocas/Potengi/Soledade, ambas operadas pela empresa Guanabara – que permanece
com a ligação entre a maior parte da zona norte e os demais bairros da capital.
Na década seguinte, nos anos de 1980, uma grande reforma no
sistema de transporte buscou ajustar todo o setor. Em 1983, o então prefeito de
Natal Marcus César Formiga, delimitou que uma nova operação das empresas locais
de acordo com áreas determinadas pela Prefeitura, devidamente codificada – esse
código estava presente na nova numeração das linhas urbanas. As mudanças
ocorreram dentro do “Programa de Melhoria do Transporte Urbano”, promovido pela
Prefeitura naquela ocasião.
sistema de transporte buscou ajustar todo o setor. Em 1983, o então prefeito de
Natal Marcus César Formiga, delimitou que uma nova operação das empresas locais
de acordo com áreas determinadas pela Prefeitura, devidamente codificada – esse
código estava presente na nova numeração das linhas urbanas. As mudanças
ocorreram dentro do “Programa de Melhoria do Transporte Urbano”, promovido pela
Prefeitura naquela ocasião.
A cidade foi dividida em 5 zonas de atuação, sendo cada uma
das quatro explorada por uma empresa, e a quinta zona, compreendida entre a Av.
Bernardo Vieira, seus prolongamentos, e a orla marítima em direção ao bairro de
Santos Reis (na prática, a região central de Natal), podendo ser explorada por
todas as empresas.
das quatro explorada por uma empresa, e a quinta zona, compreendida entre a Av.
Bernardo Vieira, seus prolongamentos, e a orla marítima em direção ao bairro de
Santos Reis (na prática, a região central de Natal), podendo ser explorada por
todas as empresas.
Excluindo a zona V – de operação entre todas as empresas – a
divisão, tanto das zonas de Natal, quanto das empresas que iriam operá-las, foi
a seguinte:
divisão, tanto das zonas de Natal, quanto das empresas que iriam operá-las, foi
a seguinte:
ZONA I – Compreendia toda a área situada à margem esquerda
do Rio Potengi (zona norte). A empresa responsável era a Transportes Guanabara.
do Rio Potengi (zona norte). A empresa responsável era a Transportes Guanabara.
ZONA II – Localizava-se entre o Rio Potengi até a Av. Cel.
Estevam, continuando pela Av. Cap. Mor Gouveia, em linha perpendicular entre as
Av. Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte. A Transportes Guanabara também era
responsável por esta área.
Estevam, continuando pela Av. Cap. Mor Gouveia, em linha perpendicular entre as
Av. Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte. A Transportes Guanabara também era
responsável por esta área.
ZONA III – Ficava entre a Av. Cel. Estevam, Av. Capitão Mor
Gouveia, e as Av. Rio Grande do Sol e Rio Grande do Norte, até os limites do
município, seguido pela Av. Senador Salgado Filho e BR-101. A operação era da
empresa Cidade do Sol.
Gouveia, e as Av. Rio Grande do Sol e Rio Grande do Norte, até os limites do
município, seguido pela Av. Senador Salgado Filho e BR-101. A operação era da
empresa Cidade do Sol.
ZONA IV – Era a área situada entre a Av. Senador Salgado
Filho, BR-101, até o limite do município e a orla marítima sul, em direção ao
bairro de Ponta Negra. A empresa Nossa Senhora Aparecida era a responsável por
esta operação.
Filho, BR-101, até o limite do município e a orla marítima sul, em direção ao
bairro de Ponta Negra. A empresa Nossa Senhora Aparecida era a responsável por
esta operação.
Na nova codificação das linhas, a numeração englobava a área
de atuação de onde a linha tinha origem, e seu destino, aliado a sua sequência:
de atuação de onde a linha tinha origem, e seu destino, aliado a sua sequência:
1º dígito – Área de origem da linha
2º dígito – Área para onde a linha tinha seu destino final
3º e 4º dígito – ordem sequencial da linha
Na prática, a divisão dos códigos das linhas, ocorria da
seguinte maneira:
seguinte maneira:
A linha Igapó/Rocas recebeu o código 1501, indicando que o 1
era o código da área onde a empresa atuava, o 5 que a linha ia para a região
central de Natal, e 01 a sequência da linha.
era o código da área onde a empresa atuava, o 5 que a linha ia para a região
central de Natal, e 01 a sequência da linha.
Já a linha Bairro Nordeste/Campus recebeu o código 2405.
Neste caso, o 2 era o código da sua área de origem, o 4 indicava que ela ia
para a região sul e 05 a sequência da linha.
Neste caso, o 2 era o código da sua área de origem, o 4 indicava que ela ia
para a região sul e 05 a sequência da linha.
Os códigos poderiam ser formados de maneira sequencial,
seguindo a ordem de operação das linhas, de acordo com o surgimento de novos
trajetos. Basta combinar de onde a linha saia e para onde era seu destino, e
adicionar sua sequência, de maneira prática e de fácil compreensão por parte dos
usuários.
seguindo a ordem de operação das linhas, de acordo com o surgimento de novos
trajetos. Basta combinar de onde a linha saia e para onde era seu destino, e
adicionar sua sequência, de maneira prática e de fácil compreensão por parte dos
usuários.
Entre as curiosidades para a adoção do sistema, está a
mudança entre as empresas da área 3 e 4. A Cidade do Sol “trocou” a região que compreendia
a zona 4 (BR-101 – Pirangi – Ponta Negra) com a Nossa Senhora Aparecida, que
atuava na região 3 (Candelária – Cidade da Esperança – Cidade Satélite). A
unificação das áreas buscava delimitar uma melhor operação das empresas, que
puderam passar a se concentrar numa mesma região de operação.
mudança entre as empresas da área 3 e 4. A Cidade do Sol “trocou” a região que compreendia
a zona 4 (BR-101 – Pirangi – Ponta Negra) com a Nossa Senhora Aparecida, que
atuava na região 3 (Candelária – Cidade da Esperança – Cidade Satélite). A
unificação das áreas buscava delimitar uma melhor operação das empresas, que
puderam passar a se concentrar numa mesma região de operação.
Com a mudança, Cidade do Sol deixou de operar linhas de Ponta Negra, que passaram a ser de responsabilidade da empresa Nossa Senhora Aparecida |
A empresa passou a operar linhas do Cidade Satélite, Candelária, Cidade Nova e Cidade da Esperança |
Também houve mudanças de empresas operadoras, devido o
surgimento de novas viações: Transportes Pirangy, surgida a partir da
Guanabara, que passou a atuar nas zonas 1, 2 e 3. E a Nossa Senhora Aparecida foi
vendida, se tornando a TransFlor.
Transportes Pirangy também entrou no sistema de transporte da capital |
Empresa Nossa Senhora Aparecida foi vendida, se tornando a TransFlor |
Empresa atuou nas áreas, 1, 3 e 4. |
Apesar de o propósito da reforma destinar uma empresa em
cada área, a atuação das viações em mais de uma zona de atuação era permitida
pelo próprio decreto que instituiu as mudanças no sistema de transporte. Na
ocasião da mudança, inclusive, a linha 3401 – Cidade Satélite/Nova Descoberta –
única ligação entre as áreas 3 e 4, de empresas distintas, era operada
conjuntamente pela TransFlor e Cidade do Sol. A empresa TransFlor também era
responsável por uma linha da área 1: 1405 – Nova Natal/Campus.
cada área, a atuação das viações em mais de uma zona de atuação era permitida
pelo próprio decreto que instituiu as mudanças no sistema de transporte. Na
ocasião da mudança, inclusive, a linha 3401 – Cidade Satélite/Nova Descoberta –
única ligação entre as áreas 3 e 4, de empresas distintas, era operada
conjuntamente pela TransFlor e Cidade do Sol. A empresa TransFlor também era
responsável por uma linha da área 1: 1405 – Nova Natal/Campus.
Assim, foram estabelecidos os seguintes códigos para as
linhas de Natal:
linhas de Natal:
Transportes Guanabara – Áreas 1 e 2
Curiosamente, a sequência de linhas da área 1 era formada totalmente
por números ímpares.
por números ímpares.
Transportes Pirangy – Áreas 1, 2 e 3
Empresa Cidade do Sol – Área 3
A empresa Cidade do Sol também adotou o código 3 na sua
pintura, junto a numeração de seus veículos, indicando a área a qual operava.
Além de estar presente no código da linha, sua área de atuação estava presente
nos próprios ônibus, com a numeração formada da seguinte maneira: 3+ANO DO
VEÍCULO+NÚMERO DE ORDEM DO VEÍCULO (por exemplo: 3-88104)
pintura, junto a numeração de seus veículos, indicando a área a qual operava.
Além de estar presente no código da linha, sua área de atuação estava presente
nos próprios ônibus, com a numeração formada da seguinte maneira: 3+ANO DO
VEÍCULO+NÚMERO DE ORDEM DO VEÍCULO (por exemplo: 3-88104)
Empresa TransFlor – Área 4
TransFlor operava a linha 3401 conjuntamente com a Cidade do
Sol, já que a área 4 era de sua responsabilidade, e a área 3 da Cidade do Sol.
Além disso, também era responsável por uma linha na zona 1. Semelhante à Cidade
do Sol, ela também adotou a numeração da sua área (zona 4) em seus ônibus –
apesar de também estar presente nas áreas 1 e 3.
Sol, já que a área 4 era de sua responsabilidade, e a área 3 da Cidade do Sol.
Além disso, também era responsável por uma linha na zona 1. Semelhante à Cidade
do Sol, ela também adotou a numeração da sua área (zona 4) em seus ônibus –
apesar de também estar presente nas áreas 1 e 3.
Houve ainda duas linhas com o código inicial 5: 5501 e 5502.
Elas operavam dentro de uma mesma região. A 5501 ligava Areia Preta a Vila São
José, e era operada pela empresa Guanabara, e a 5502, era uma linha Circular
entre a região central de Natal e as praias da zona leste, de operação conjunta
entre a Guanabara e a Cidade do Sol.
Elas operavam dentro de uma mesma região. A 5501 ligava Areia Preta a Vila São
José, e era operada pela empresa Guanabara, e a 5502, era uma linha Circular
entre a região central de Natal e as praias da zona leste, de operação conjunta
entre a Guanabara e a Cidade do Sol.
Elas foram as únicas linhas em que se repetiu seu
código de origem e destino – já que elas operavam exclusivamente numa mesma
região, justamente a zona livre entre todas as empresas.
código de origem e destino – já que elas operavam exclusivamente numa mesma
região, justamente a zona livre entre todas as empresas.
O código inicial 5 também serviu de base para que as demais
linhas Circulares recebessem essa numeração – algo que ocorre até hoje, e que
deveria diferenciar as linhas circulares entre bairros ou uma mesma região, das
demais linhas do sistemas.
linhas Circulares recebessem essa numeração – algo que ocorre até hoje, e que
deveria diferenciar as linhas circulares entre bairros ou uma mesma região, das
demais linhas do sistemas.
Esse sistema de códigos, aliado às reformas feitas pela
prefeitura durante a década de 1980, durou em média uma década, quando, no
segundo semestre de 1990, um novo sistema sequencial de dois dígitos foi
efetivado pela Prefeitura.
prefeitura durante a década de 1980, durou em média uma década, quando, no
segundo semestre de 1990, um novo sistema sequencial de dois dígitos foi
efetivado pela Prefeitura.
Por Thiago Martins e Thiago Morais
Fotos: Acervo UNIBUS RN – Natal de Ontem / Busão de Natal / NatalBus