Espírito Santo: Grupo organiza racha de patinete elétrico em Vitória

Há algumas semanas uma página de humor do Facebook criou o evento “Racha de Patinete Elétrico”, marcado para acontecer no próximo dia 26, na Praia de Camburi, em Vitória. Apesar de o administrador garantir que é uma brincadeira, tem muita gente levando a sério e já se organizando para ir ao local na data marcada. No evento nas redes sociais, mais de 800 pessoas já confirmaram presença e há dezenas de comentários sobre a competição.
Foto: Vitor Jubini/Gazeta Online
Sem querer se identificar, o administrador conversou com a reportagem e garantiu que a ideia nasceu de um dia que ele andava de patins pelo calçadão. “Vi alguns adolescentes brincando de corrida e decidi ir brincar com o evento nas redes”, declara, continuando: “Não esperava que fosse repercutir tanto, mas vi que as pessoas realmente gostaram e começaram a marcar com os amigos para irem correr”.
Apesar de não ter sido a intenção, ele avalia que o evento pode realmente acontecer, já que a ideia seria competir com os patinetes disponíveis para aluguel. “Acho que pode acontecer pela própria galera, porque o local é público e os patinetes, liberados para quem possui o aplicativo de aluguel”, defende.
Segundo o administrador, a ideia do racha seria divertida, mas teria que respeitar as regras de segurança para realmente ser uma brincadeira e não uma dor de cabeça. “As pessoas teriam que ter a consciência de usar os itens de segurança e a prefeitura teria que estar ciente e de repente até disponibilizar um trecho pré-determinado para a atividade”, conclui.
LEI DOS PATINETES ELÉTRICOS
No Brasil, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) não define patinetes, skates, hoverborads e similares como veículos. Por isso, não há a obrigatoriedade de haver uma habilitação para conduzir esses automotores. Ainda assim, há uma resolução no Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que estipula, apenas, que veículo ciclomotores não podem exceder a velocidade máxima de 6 km/h em áreas de circulação de pedestres e 20 km/h em ciclovias e ciclofaixas.
O uso de velocímetro, campainhas e sinalização noturna é obrigatório. Não é obrigatório o uso de capacetes, embora seja recomendado e também não há um consenso sobre os locais permitidos para estacionar esses equipamentos. Em Vitória, em meados de abril deste ano, foram criadas regras para o uso dos patinetes, que seguem as resoluções do Contran. A medida prevê as velocidades máximas iguais às do conselho e ainda diz que apenas maiores de 16 anos podem pilotar o equipamento, só podendo circular em calçadas, ciclofaixas e ciclovias da Capital.
Questionada, a Prefeitura de Vitória (PMV) detalha que elaborou o decreto com regras claras para preservar a segurança dos usuários dos patinetes. O órgão recomenda que as pessoas deixem os equipamentos estacionados em locais que não atrapalhem o trânsito de pessoas e que o cidadão também respeite a legislação federal.
A PMV também destaca que, regularmente, faz ações de conscientização para ajudar na organização do fluxo de trânsito de pedestres, bicicletas, carros, ônibus e patinetes elétricos. No entanto, apesar de existir a regra, não há quaisquer tipos de punição para quem a desrespeita. As empresas Yellow e Grin, que se fundiram e formam hoje a Grow, foram demandas pela reportagem, mas se limitaram a dizer apenas que não possuem dados que dão conta de acidentes envolvendo seus próprios equipamentos e que também não há levantamento que revele quantos desses aparelhos estão danificados por eventuais quedas.
Gazeta Online

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